Publicado em 26/04/2023 às 06:34, Atualizado em 25/04/2023 às 17:58
Bruno foi condenado a pagar o valor no fim de 2022, quando cumpria pena em regime aberto pela participação no crime.
A Justiça de Mato Grosso do Sul negou na segunda-feira (24) o pedido do recurso feito após a condenação do ex-goleiro Bruno Fernandes ao pagamento de R$ 650 mil em indenização por danos morais e materiais ao filho que teve com Eliza Samudio. A defesa afirmou que vai entrar com recurso contra a decisão.
A indenização foi estipulada pela Justiça em outubro do ano passado, doze anos após a morte de Eliza, mas a defesa do ex-goleiro entrou com recurso.
O menino, que hoje tem 13 anos, morou em Campo Grande até o início deste ano, quando se mudou para Curitiba para estrear na mesma posição do pai no time de base do Athletico-PR.
Os advogados do atleta alegaram que Bruno não teria condições de arcar com o valor. Isso porque, após ser colocado em liberdade condicional, ele passou a atuar como goleiro em um time da terceira divisão, recebendo salário de R$ 1,2 mil.
Diante das alegações, o desembargador relator da decisão, Marcos José de Brito Rodrigues, esclareceu que o objetivo da indenização por dano moral é dar à pessoa lesada, Bruninho, uma compensação pela dolorosa, aflitiva e constrangedora situação que vivenciou.
Na decisão, o desembargador ainda reiterou que o valor fixado da indenização é razoável, levando em conta a situação econômica da família de Bruninho e a gravidade do caso.
Além de a defesa do jogador afirmar que vai entrar com recurso contra a decisão, a advogada, Alessandra Jirardi, disse que um recurso por parte da família do filho de Bruno, que pedia um aumento do pagamento para R$ 6 milhões, também foi negada.
Crime bárbaro
Eliza Samudio desapareceu em 2010, e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade. Apenas em 12 de julho de 2012, após sentença publicada pela Justiça do Rio, Bruno se tornou legalmente pai da criança.
O ex-goleiro foi condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado de seu filho com a vítima. O goleiro também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas esta pena foi extinta, porque a Justiça entendeu que o crime prescreveu.
Em 2018 o ex-jogador foi para o regime semiaberto e atualmente, está cumprindo a pena em liberdade condicional.
Há 10 anos, o goleiro Bruno Fernandes era condenado pela morte da modelo Eliza Samúdio. A imprensa se dedicou à intensa cobertura das investigações, do caso, do julgamento e dos desdobramentos.
O desfecho judicial do caso ocorreu em 8/3/2013, no 'Dia da mulher'. Dois anos depois, a lei brasileira aumentaria o rigor para crimes contra mulheres, como este, que ganhariam um nome próprio: feminicídio.
Fonte - G 1