O juiz José de Andrade Neto pediu exoneração do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Antes de ser exonerado, o magistrado, que tem mais de 400 mil seguidores nas redes sociais, já atuava com docência privada na web e oferecia cursos de como "ganhar causas" na Justiça.
Atividades de coach não são permitidas para juízes segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nas redes sociais, o juiz José de Andrade Neto se despediu e disse que vai focar os trabalhos para ajudar outros advogados.
Andrade disse ao g1 que a decisão pela exoneração não tem relação com o entendimento do CNJ.
Nos últimos 8 anos, José Andrade Neto passou a dar cursos que ensinam advogados a lidar com a Justiça, a fazer petições para obter resultados positivos nos tribunais. No site com o nome dele, há uma dezena de opções de cursos, mostrando, por exemplo, como conseguir Justiça gratuita.
Na web, o então juiz alimentava postagens tentando cativar o público de advogados. Andrade "mostra o caminho das pedras" para advogados conseguirem decisões favoráveis.
O juiz de Mato Grosso do Sul afirmou que pretende atuar na docência e na advocacia privada, “sem amarras, sem restrição”, conforme a postagem sobre a exoneração.
“Hoje chega ao fim um ciclo de 21 anos na minha vida. Acabou de ser publicada a portaria acolhendo meu pedido de exoneração do cargo de juiz de direito”, começa a despedida de José Andrade.
Atuação
José Andrade Neto disse que sua atuação como docente já foi analisada tanto pela Corregedoria do TJMS, quanto pelo CNJ.
“No ano passado, o CNJ analisou a minha docência, o que eu faço nas redes sociais, e referendou como tudo correto, que eu não exerço nenhuma atividade de coach, que eu não tenho nenhuma superexposição nem fazia, enquanto juiz, nada de errado”.
Assim como já havia dito na rede social, disse que decidiu sair da carreira no judiciário porque a estabilidade de uma função pública tem amarras.
“Como professor, principalmente nas redes sociais, eu tenho que medir as palavras, eu não posso ensinar como que eu gostaria, porque a gente está num meio tradicional, um tanto resistente ao novo. As pessoas têm dificuldade pra entender que a sala de aula ela não tem mais portas, a gente pode entrar em qualquer rede social e aprender. Então para poder fazer isso sem amarras que o cargo me dá, então eu optei por sair”.
Fonte - G 1
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