Publicado em 08/09/2024 às 14:11, Atualizado em 08/09/2024 às 15:08
Fogo na Bolívia ameaça a Serra do Amolar, santuário da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade, e indígenas Guató. Mais de 2,7 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas no bioma, no Brasil.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o envio de brigadas para combater os incêndios florestais na Bolívia. O fogo no país vizinho ameaça a Serra do Amolar, santuário da biodiversidade e Patrimônio Natural da Humanidade, e indígenas Guató, que vivem no Pantanal de Mato Grosso do Sul, segundo o Portal G1MS.
De acordo com a portaria, doze brigadistas irão atuar no combate aos incêndios na Bolívia por 30 dias, devido aos riscos que o fogo na fronteira representa a importantes áreas de interesse ecológico. O documento é assinado pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
“A equipe do Ibama permanecerá no Brasil, deverá adentrar em área da Bolívia durante o período diurno e deverá atuar de forma coordenada com as autoridades bolivianas em território do país vizinho, na faixa de fronteira lindeira com o estado do Mato Grosso do Sul”, diz a nota.
Pelas imagens, filmadas na fronteira com a Bolívia, é possível ver a cortina de fumaça e a área devastada pelo fogo na região.
Segundo o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a linha de fogo que ameaça a Serra do Amolar e os Guatós tem cerca de 60 quilômetros de extensão. À reportagem, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) informou que estava pronto para atuar no território vizinho, sendo aguardada apenas a autorização.
Em agosto deste ano, o governo da Bolívia solicitou ao Brasil apoio para o combate aos incêndios florestais. O pedido de ajuda foi enviado à Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e estava sendo avaliado pelo Itamaraty.
O pedido da Bolívia era para o envio de aeronaves para "ataques aéreos a focos de incêndio e para transporte pessoal e de carga". O governo boliviano também pediu o envio de brigadistas ou bombeiros militares para o controle das chamas em terra.
Além dos indígenas Guató – que ficam a cerca de 280 km da área urbana de Corumbá (MS) – o fogo no Pantanal já destruiu mais de 70% do território da Terra Indígena Kadiwéu.