Sérgio Arruda Gonçalves foi condenado a 9 anos de prisão no início da tarde desta quinta-feira, dia 26 de setembro, pela execução de Everton Alexandre Farinha dos Santos em um lava a jato no Jardim das Macaúbas, em Campo Grande.
Segundo o site Midiamax, o crime aconteceu em abril de 2022 e chamou atenção por sua dinâmica: uma sequência cinematográfica, que contou com capotamento, atropelamento, a execução de Everton, fuga e mais um acidente.
O homem era acusado de descobrir a localização da vítima e avisar o mandante do crime, Lucas Cardoso Gomes, que estava preso. Sérgio foi embora do Estado durante o andamento do processo. Agora, encontra-se em Rio Branco, no Acre. Então, por ter um mandado de prisão expedido contra ele, está foragido da Justiça de Mato Grosso do Sul.
Entretanto, durante o julgamento ele negou qualquer envolvimento na execução. “Me apresentar à polícia? Eu não, não tenho nada a ver”, afirmou aos jurados.
Já no início da tarde, o Conselho de Sentença decidiu pela condenação de Sérgio pelo crime de homicídio doloso qualificado por motivo torpe. A pena, de 9 anos de reclusão, deverá ser cumprida em regime fechado.
Julgamento
As investigações do GOI (Grupo de Operações e Investigações) apontam que Sérgio foi contatado por Lucas e contratado no valor de R$ 5 mil para descobrir o paradeiro da vítima. A informação foi dada pelo ex-investigador Alan Carlos da Silva.
A motivação da execução seria um envolvimento de Lucas com a ex-esposa de Everton. “Segundo apurado, o Everton estava preso e neste período, a esposa dele se envolveu com Lucas. Quando ele saiu da cadeia, soube do caso extraconjugal, então, Lucas e Everton se ameaçaram”, explica. Conforme o ex-investigador, Everton foi quem ameaçou Lucas primeiro. “Que ameaçou de volta. Então, começou essa guerrinha entre eles”, explica.
No dia do crime, 8 de abril de 2022, Sergio teria descoberto a localização de Everton e avisado Lucas, que mandou dois homens para matar o alvo.
A PM recebeu informações de que, dias antes do crime, um homem estaria fazendo rondas no lava a jato. Esse homem seria o réu. A PM foi até a casa de parentes, mas não conseguiu localizá-lo. Um dia depois da busca por ele, o pai dele ligou para o GOI para “esclarecer” o que havia ocorrido. “Eu conversei com o pai dele e ele disse que o filho tinha envolvimento, mas queria esclarecer os fatos”.
Aos policiais, disse que o Lucas – preso na época – entrou em contato com Sergio pedindo para localizar o Everton Farinha. Ele encontrou o homem e mandou a localização do lava a jato e uma foto para o Lucas. Dias depois, a vítima foi assassinada. “Essa foi a participação dele”, resumiu o ex-investigador.
Conforme relato de Sérgio, ele não conhece diretamente Lucas nem Everton, e apenas fez serviços de manutenção na casa da ex-esposa de Lucas quatro vezes. Sérgio afirmou, ainda, que soube da execução de Everton pela prima dele. “Na cabeça de todo mundo fui eu, mas eu não fiz nada. O meu caminho sempre foi do trampo para casa. Nunca me envolvi em crime nem nada”, diz.
‘Execução de cinema’
Antes de matarem a vítima, os atiradores sofreram um acidente no veículo Gol branco que conduziam e capotaram, também atropelando uma pedestre de 47 anos. Mesmo assim, ainda saíram do veículo e atiraram várias vezes contra Everton que estava na calçada.
A mulher vítima de atropelamento foi socorrida em estado grave pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada para a Santa Casa.
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