O Ministério da Justiça e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) devem assinar, na próxima semana, um acordo com o objetivo de levar segurança aos estádios por meio do aumento do monitoramento e cruzamento de dados dos torcedores.
O projeto foi batizado de "Estádio Seguro". A participação dos clubes não é obrigatória. Aqueles que aderirem, porém, terão que adotar uma série de medidas que vai afetar desde a venda dos ingressos até a entrada nos estádios.
Entre as medidas previstas estão:
os ingressos serão individualizados, ou seja, ficarão vinculados a um CPF. Mesmo aqueles entregues gratuitamente pelos clubes;
uma foto do rosto de quem compra ou ganha o ingresso terá que ser registrada;
as informações desses torcedores e dos ingressos serão enviadas ao Ministério da Justiça. Isso inclui desde a foto e o CPF de quem comprou até o portão e a catraca usados para a entrada. O telefone celular de cada torcedor também será informado ao ministério;
os estádios deverão contar com catracas inteligentes, que vão verificar a validade do CPF registrado nos ingressos;
o acordo prevê, ainda, ações de combate ao racismo e à homofobia durante os jogos;
e a criação de uma base nacional de torcedores impedidos de acesso aos estádios.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, esse sistema vai permitir identificar, na entrada dos jogos, pessoas com mandados de prisão em aberto e torcedores envolvidos em confusões e que estão impedidos de entrar nos estádios.
Além disso, o sistema será usado para combater a ação de cambistas: torcedores com ingressos com CPFs inválidos não poderão entrar. CPFs inválidos são aqueles de pessoas mortas, por exemplo, que são usados por cambistas para a compra de ingressos que depois são revendidos.
“Nós fizemos testes em 20 jogos com o Flamengo e o Fluminense, que voluntariamente colocaram os seus jogos à disposição do ministério para testar a aplicação do sistema. Esse teste teve muito êxito, foram identificados exatamente o que nós queríamos. Quer dizer, pessoas com mandados de prisão em aberto, CPFs inválidos. Então, tudo isso foi testado, validado nessa iniciativa, nesse teste feito por nós com os clubes”, disse Cappelli.
De acordo com ele, não há previsão de recursos federais para o projeto. O governo vai oferecer aos clubes auxílio técnico para a implantação e integração dos sistemas.
O acordo prevê que essas medidas entrem em vigor até um ano após a adesão dos clubes. Os torcedores terão que ser informados sobre esse compartilhamento de dados entre clubes e o Ministério da Justiça.
Fonte - G 1
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