Publicado em 04/02/2022 às 08:00, Atualizado em 03/02/2022 às 22:34

Exclusão na Timemania pode decretar falência do Operário

Recurso repassado ao time de MS é principal fonte de renda para manter clube em situação regular

Redação,
Cb image default
Presidente do clube afirma que parcerias e patrocínios duram apenas em competições (Foto: Divulgação)

O Governo Federal divulgou em janeiro, novas regras de participação e adesão dos clubes para a Timemania do período de 2022 a 2024. As alterações do decreto 10.941, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, resultaram na exclusão do Operário Futebol Clube da lista dos times que integravam o jogo de apostas.

Com as mudanças, participarão os 60 times das séries A, B e C e os 20 melhores ranqueados da CBF. A partir da nova medida, o valor total de repasse para os clubes, 50% é dividido igualmente entre todos os 80. Os outros 50% é de acordo com o número de apostas que cada time tem ao ser marcado como time do coração.

Antes os 80 clubes eram fixos e o único representante de Mato Grosso do Sul no volante de apostas era o Operário, que recebia mensalmente cerca de R$ 100 mil do Governo Federal, que eram destinados para a quitação direta de um débito que existe no clube desde 1998.

De acordo com o presidente do Operário, Estevão Petrallas, o valor arrecadado com a Timemania é usado para quitar um débito milionário que começou na época dos sorteios de carros que o time promovia em festas e bingos da cidade.

A dívida original era em torno de R$200 mil, porém com o passar dos anos, com o adicional juro o valor ultrapassou a casa do milhão. O que deixava o Galo com o nome negativado, sem conseguir obter documentações necessárias para a sobrevivência do clube e disputa de competições.

A saída para o pagamento da divida e regularização do clube, foi a adesão ao Profut (Programa de Refinanciamento Fiscal do Futebol Brasileiro), que parcelou a dívida em 240 parcelas, pagos mensalmente com o valor arrecadado na Timemania.

Petrallas afirma que atualmente cerca de 30% da dívida já foi paga com o valor repassado ao clube com as apostas, mas com o possível encerramento do repasse, seria impossível manter as contas e documentação de regularização em dia, o que acarretaria na falência do time mais tradicional do Estado.

“Se isso se concretizar não é culpa da gestão e sim da classe política, já fomos excluídos do clube dos 20, a exclusão da Timemania vai ser irreversível e pode decretar a falência do clube e de todo o futebol de Mato Grosso do Sul. O valor repassado pode parecer pouco, mas é essencial para conseguimos parcerias e manter os documentos e questão fiscal regularizada. Isso não é só o calor de uma torcida, são pontos fundamentais de sobrevivência do clube” afirma o presidente.

Segundo o governo, a expectativa da mudanças no sistema de apostas é de maior engajamento e participação dos clubes na divulgação da Timemania, fazendo com que o torcedor ao realizar a aposta, contribuía para o time de sua preferência.

Com informações do Campograndenews