Publicado em 02/12/2024 às 06:34, Atualizado em 01/12/2024 às 15:36

Especialista cita que tremores na Bacia do Pantanal são comuns

Os dados foram divulgados pela RSBR (Rede Sismográfica Brasileira), que possui uma base instalada em Aquidauana, e foram analisados pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo).

Redação,
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Dois tremores de terra são registrados em duas cidades do Pantanal - Foto: Divulgação

Na semana passada, duas cidades de Mato Grosso do Sul registraram tremores de terra. O primeiro abalo sísmico (liberação de energia) ocorreu em Miranda, às 2h42 da última terça-feira (26), e o segundo aconteceu em Ladário, a 429 quilômetros do primeiro município, às 9h49 da quarta-feira (27).

Os dados foram divulgados pela RSBR (Rede Sismográfica Brasileira), que possui uma base instalada em Aquidauana, e foram analisados pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo).

Em entrevista ao jornal O Estado, a Drª Edna Maria Facincani, professora da Faeng/UFMS (Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia) da Universidade Federal, quem estuda a Bacia do Pantanal desde 2003, cita que esses tremores são comuns e que, diferente do que muitos pensam, a região de Miranda, Corumbá e Ladário é conhecida como uma das regiões onde mais ocorrem sismos no Brasil, embora sejam de pequena magnitude.

“A Bacia do Pantanal é uma das regiões onde mais ocorrem sismos no Brasil, variam entre 0,5 até 5,4 de magnitude e os sismos que ocorreram em Miranda e Ladário são caracterizados como de pequena magnitude, geralmente são medidos por instrumentos e a população não sente. Eles estão associados à própria formação dessa bacia sedimentar, como ela é muito jovem, são controladas por falhas, e às vezes elas acumulam energia que são propagadas por ondassísmicas”, explicou.

Questionada sobre registros anteriores, a especialista relembra que os tremores são datados desde 1964 nessa região do Estado. “Principalmente dentro da Bacia Sedimentar do Pantanal, na porção Oeste do nosso Estado, há registros anteriores. Foram notificados sismos de magnitudes relevantes, como as de 1964 com 5,4, depois teve outro na Região do Pantanal em 2009 com magnitude 4,8 e depois teve outro de 2015 com magnitude 4”, pontua.

Nesta semana, ambas as cidades receberam sismos com a mesma magnitude de 2.1. No entanto, não há razão para

desespero, Mato Grosso do Sul ainda não está sob ameaça do fenômeno que deixa um rastro de destruição em cidades

norte-americanas. Conforme a Rede Sismográfica Brasileira, os tremores de terra de baixa magnitude são relativamente comuns no Brasil. Em geral, esses pequenos sismos são causados por pressões geológicas que movem pequenas fraturas na crosta terrestre.

Por Inez Nazira