Publicado em 01/09/2024 às 15:00, Atualizado em 01/09/2024 às 11:31
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que há mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar incêndios no Pantanal
Uma empresa responsável pela manutenção dos trilhos da Rumo Malha Oeste foi multada em R$57 milhões após uma faísca causar um incêndio que devastou 17,8 mil hectares de mata fechada, próximo ao município de Corumbá. O incêndio, que começou no dia 16 de agosto, levou seis dias para ser totalmente controlado.
"Estamos em condições de baixa umidade, de muita seca e vento forte. Tinha vegetação seca ao redor da linha, porque a Rumo não estava fazendo a limpeza adequada. Qualquer faísca poderia causar um incêndio, que foi o que aconteceu", explica Ana Cacilda Rezende Reis, analista ambiental do Ibama.
De acordo com informações do Ibama, a empresa tinha autorização para realizar a manutenção dos trilhos, mas precisava cumprir uma série de requisitos para realizar o serviço com segurança, incluindo a limpeza da vegetação ao redor e a manutenção dos equipamentos usados para o controle do fogo.
Segundo a fiscalização, nenhum desses requisitos foi cumprido, o que levou à multa de R$57 milhões aplicada à empresa Rumo Malha Oeste.
Polícia Federal investiga incêndios no Pantanal
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse, no último domingo (25) que há mais de 20 inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar incêndios no Pantanal. A informação foi repassada em coletiva de imprensa, na sede do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), em Brasília.
Segundo a ministra, a força-tarefa do governo federal trabalha com informações de satélite para apurar as origens e causas das chamas nos mais diferentes biomas, com equopamentos capazes de "retroceder e encontrar a origem do fogo".
"Temos 31 inquéritos em andamento, começamos no Mato Grosso, com três, e estamos em mais de 20 no Pantanal, e isso vai ampliando. A operação vai em processo de aspiral, quando mais informação se tem, você alimenta o sistema e vai chegando na rede que faz a propagação do incêndio. Se é doloso ou culposo, a investigação que vai trazer", afirmou a ministra.
As investigações são de responsabilidade da Polícia Federal
O Pantanal é o bioma onde há mais investigações em andamento. Segundo a ministra, no total, são 31 inquéritos que apuram incêndios, sendo os 20 no Pantanal, dois em São Paulo e os demais na Amazônia.
Em visita ao Pantanal sul-mato-grossense no mês de junho, a ministra já havia afirmado que a maioria dos incêndios registrados no bioma ocorrem por ação humana, seja por ateamento criminoso ou por alguma ação culposa que sai do controle.
Conforme noticiou o Correio do Estado, até a última quinta-feira (22), mais de 13% do Pantanal foi atingido pelos incêndios florestais, o que equivale a mais de 2,03 milhões de hectares queimados. O avanço da devastação do fogo atingiu um nível intenso neste mês. No prazo de 20 dias, entre os dias 2 e 22, os números que mostram a evolução do fogo também indicam um aumento de área queimada de 107%.
No sábado (24), chuvas atingiram a região e ajudaram a apagar alguns focos de incêndio, mas os bombeiros seguem mobilizados no combate. Equipes do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul foram enviados ao Estado para ajudar e iniciam o trabalho neste domingo.
Isto porque, mesmo com a chuva e queda nas temperaturas, a previsão indica mais calor e baixa umidade ao longo da próxima semana, com tendência de que a situação de incêndios no Pantanal continue crítica até setembro.