Publicado em 18/07/2022 às 15:21, Atualizado em 18/07/2022 às 18:30
Mesmo com a inflação e os juros em alta, a economia de Mato Grosso do Sul navega numa equação positiva de empregabilidade. A estimativa é que com a atração de novos empreendimentos, exista uma demanda de mais de 20 mil trabalhadores no Estado.
Pesquisa do IBGE mostrou que no segundo trimestre do ano a taxa de desemprego estava em 6,5%. O percentual já chegou a 7,5% em anos anteriores.
Além disso, a oferta de empregos aumenta mensalmente. De acordo com dados do último relatório do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Estado criou 25.794 vagas de empregos formais de janeiro a maio deste ano, saldo de 157.290 contratações e 131.496 demissões.
Com este desempenho, Mato Grosso do Sul ocupa o 4º lugar da lista dos estados que mais geram empregos no Brasil em 2022.
O secretário de Estado de Produção, Meio Ambiente, Desenvolvimento Economico e Agriculutra Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que é doutor em Economia, explica que quando se fala em redução da taxa de desemprego existe uma ampliação do número de pessoas ocupadas. "No Estado a maior oferta de vagas está relacionadas diretamente ao setor de serviço. Este setor teve uma retomada efetiva, pós pós-pandemia e ele tem sido um dos grandes responsáveis por um emprego que é de rápida recolocação", avaliou.
Verruck destacou ainda que Mato Grosso do Sul vive uma retomada de investimentos privados. "Temos também um momento diferente da economia nacional, com um grande número de investimentos privados ocorrendo em praticamente todas as cidades do Estado. Então isso também é um outro fator de geração de emprego. Aí entram os dados da construção civil, os dados da indústria que também tem ampliado de maneira significativa a oferta de trabalho", sinalizou.
O terceiro ponto para o cenário favorável na economia é que o Mato Grosso do Sul tem criado muito investimento público. "Hoje nós somos um dos estados que mais investe em termos de investimento público. Nós temos obras nos 79 municípios. Isso demonstra o quanto que o Estado é capaz de gerar emprego. Então essa soma de fatores: retomada no setor de serviço, investimentos privados que foram captados pelo Governo do Estado e o investimento público direto, é que permite que tenhamos essa taxa de desemprego baixa. Isso é excepcional", enfatiza.
Caminho certo
De acordo com o economista, professor da UCDB e PHD em Economia, Michel Constantino nos últimos três anos o governo federal realizou reformas microeconômicas fundamentais para melhorar o ambiente econômico. "Algumas dessas reformas foram a digitalização dos procedimentos de abertura de empresas, a lei de liberdade econômica, os marcos regulatórios do gás, do saneamento, das ferrovias, dos portos e mudanças trabalhistas de desburocratização.
Ele explica que algumas Unidades Federativas, como é o caso de Mato Grosso do Sul, aproveitaram de forma rápida e eficiente essas reformas e utilizaram suas bases jurídicas para implantar na economia estadual e nos municípios. "Mato Grosso do Sul foi o primeiro ou um dos primeiros a criar a lei da liberdade econômica e instalar a Junta Comercial digital. Essas reformas são incentivadores de investimentos e emprego, e, é por isso que estamos e vamos continuar vendo a economia melhorando no mercado de trabalho", salientou.
Com relação a taxa de inflação e a taxa de juros, os dois indicadores são resultados do crescimento econômico e dos efeitos da pandemia.
"A taxa de inflação tem duas causas: falta de oferta de produtos e os recursos extraordinários (créditos e auxílios) alocados no mercado durante a pandemia e que perduram até hoje. A taxa de juros está alta e deve aumentar mais para tentar reduzir a inflação, então, perceba que esses dois indicadores vem depois das reformas, no pós pandemia e durante a guerra da Rússia e Ucrânia, os efeitos das reformas são muito antes disso", pontuou.
O economista alega que como a inflação e taxa de juros veio depois das reformas, nós devemos ter efeitos no emprego, que talvez reduza o “percentual de crescimento” no Brasil, mas, em MS pode elevar ainda mais com as empresas que estão vindo investir no nosso Estado.
No azul
Um balanço mais apurado do mercado de trabalho formal de MS mostra que os números fecham no azul desde janeiro. No primeiro mês do ano foram 3.475 vagas criadas. Em fevereiro, 7.484. Março terminou com a geração de 5.553 empregos. Abril com 2.638 e maio com 6.644. Na análise mensal, em maio, Mato Grosso do Sul ficou em segundo lugar na geração de empregos no País, com variação relativa de 1,14%, atrás do Espírito Santo (1,52%) e na frente de Goiás (1,08%) e Mato Grosso (1,02%).
Os números revelam uma economia equilibrada financeiramente, fruto de medidas nem sempre populares, mas necessárias para uma boa gestão fiscal.
"O Estado está equilibrado financeiramente, fazendo investimentos e pagando fornecedores e servidores em dia. Isso reflete na movimentação econômica e dá segurança aos empresários que atuam no Estado e geram oportunidades, empregos e desenvolvimento social", destacou o governador Reinaldo Azambuja.
O Estado segue captando novos investimentos privados que contribuem para o crescimento do emprego formal. De janeiro a maio deste ano, por exemplo, foram 3.837 empresas constituídas contra 1.890 empresas fechadas, segundo dados da Jucems (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul), resultado em um saldo positivo de 1.947 empresas criadas no período.
Mais empregos
A política de atração de novos investimentos aliada à segurança jurídica ofertada pelo Governo de Mato Grosso do Sul aos investidores também impulsiona a criação de novos postos de trabalho. Em 2021, por exemplo, começou a ser construída no Estado a mega fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, que deve empregar até 10 mil pessoas no pico da obra. E neste mês, outro grande investimento anunciado pela empresa chilena Arauco para o município Inocência movimentou o mercado, já que a nova indústria de produtos da madeira promete investir R$ 15 bilhões no Estado, criando 12 mil empregos diretos.
Mas toda esta demanda e oferta de serviço vai exigir mais qualificação. Até 2025, o Mato Grosso do Sul precisará qualificar 137,5 mil pessoas em ocupações industriais, sendo 26,8 mil em formação inicial – para repor inativos e preencher novas vagas – e 110,6 mil em formação continuada, para trabalhadores que devem se atualizar.
Isso significa que, da necessidade de formação nos próximos quatro anos, 80% serão em aperfeiçoamento.
O secretário estima que atualmente no Estado existam mais de 20 mil vagas disponíveis. "Por isso que nós estamos intensificando agora processo de qualificação profissional, principalmente para jovens e mulheres que são a grande gama de desempregados. Por isso que o Governo do Estado está focando junto com o sistema S num amplo programa de qualificação profissional pra levar essas pessoas ao mercado de trabalho", concluiu.