Neste primeiro semestre de 2024, o serviço de denúncias Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, registrou 342 relatos de violência sexual contra menores em Mato Grosso do Sul.
Segundo os dados do Painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o serviço recebeu 158 ligações informando sobre casos de violência sexual contra menores no Mato Grosso do Sul, envolvendo uma vítima e um suspeito. Ao todo 342 relatos de crimes contra os Direitos Humanos foram mencionados, sendo 157 casos de estupro de vulnerável, 135 de violência física sexual e 50 de importunação sexual.
O período quando houve o maior número de denuncias ocorreu nos meses de fevereiro e abril, sendo que 25% das denuncias informaram que as violações, contra a vitima criança ou adolescente, iniciaram a mais de um mês e 17% disseram que a violação se iniciou a mais de um ano.
Das 158 denuncias, 75 informaram que o cenário da violação ocorre onde reside a vítima e o suspeito, e 31 disseram que a violência sexual acontece na casa da vítima.
A capital, Campo Grande, é a cidade onde se concentra o maior número de denuncias (90) e violações (200) informadas, Dourados, Três Lagoas e Rio Brilhante são as cidades do interior com mais denuncias através do disque 100.
NACIONAL
Estatísticas nacionais mostram que a violência sexual contra crianças e adolescentes permanece alta no Brasil. O serviço Disque Direitos Humanos (Disque 100) registrou entre 1º de janeiro e 13 de maio deste ano 7.887 denúncias de estupro de vulnerável. A média de denúncias em 134 dias é de cerca de 60 casos por dia ou de dois registros por hora.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que apenas 8,5% dos estupros no Brasil são relatados à polícia. A projeção do instituto é que, de fato, ocorram 822 mil casos anuais. Mantida a proporção de três quartos dos casos registrados nas delegacias, o Brasil teria mais de 616 mil casos de vulneráveis por ano.
Em 2022, de cada quatro estupros três foram cometidos contra pessoas “incapazes de consentir, fosse pela idade (menores de 14 anos), ou por qualquer outro motivo (deficiência, enfermidade etc.)”, descreve o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em 2023 pelo FBSP.
Este sábado (18) é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data, instituída pelo Congresso Nacional em 2000, marca a passagem do assassinato da menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, há 51 anos em Vitória (ES). Depois de seis dias de desaparecimento, o corpo da criança foi encontrado com marcas de violência, desfigurado por ácido e com evidências de estupro. O crime, conhecido como “Caso Araceli”, permanece impune.
(Com informações: Agência Brasil)
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.