Publicado em 16/11/2016 às 08:30, Atualizado em 15/11/2016 às 23:17
Movimento estuda 'boicote' à CEF no próximo dia 21.
Mesmo com a decisão do Ministério das Cidades de baixar a Portaria 539, de 27 de outubro, em razão dos efeitos nocivos da Portaria 160, de 6 de maio, a ameaça de milhares de demissões em Mato Grosso do Sul, principalmente, na indústria da construção civil a partir de janeiro de 2017, não foi descartada, conforme o Movimento das Construtoras do Estado.
As demissões devem ocorrer porque o governo não tratou de duas questões básicas: a necessidade de pavimentação asfáltica em torno das moradias do Programa Minha Casa Minha Vida e a determinação de que apenas pessoas jurídicas poderão construir essas moradias.
Essa avaliação do Movimento das Construtoras, que já tem respaldo de outros Estados, inclusive de Goiás, que propõe um boicote nacional à Caixa Econômica Federal, no próximo dia 21, quando construtoras, corretores de imóveis, comerciantes de materiais de construção, profissionais liberais e outros profissionais retirariam seus saldos financeiros do banco, simultaneamente, em todo o País, como forma de protesto às novas regras e para sensibilizar o Governo Temer para o problema.
O movimento de Mato Grosso do Sul ainda não decidiu sobre a proposta de Goiás de mobilização geral dia 21 de novembro contra a CEF, pois espera resolver o problema no diálogo. Eles querem uma mesa redonda na próxima semana, com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS, intermediado por parlamentares do Congresso Nacional.
“Temos esperança de reverter o problema com o diálogo com todas as partes”, afirma Celso Barros, corretor de imóveis e membro do Movimento das Construtoras de Mato Grosso do Sul. Ele teme que se nada for feito, uma gigantesca onda de desemprego vai atingir todos os Estados, todos os municípios brasileiros a partir de 2017. “Nesses tempos de crise econômica em que o país atravessa, não podemos criar mais dificuldade para quem trabalha e gera emprego no país”, afirma, “por isso contamos com o bom senso das nossas autoridades”.
Em função do feriado da Proclamação da República, desta terça-feira (15), os movimentos de Mato Grosso do Sul e Goiás, seguem para Brasília em busca de apoio de parlamentares federais na próxima segunda-feira (21).
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O Movimento das Construtoras de Mato Grosso do Sul promete não baixar a guarda nessa luta e adverte esclarecendo que essas seriam as consequências, em todo o País, caso a essência da Portaria 160 entre em vigor, mesmo que por intermédio de outra portaria parecida, mas com igual teor:
· Diminuição da arrecadação de impostos (ICMS, IPTU, ISS, ITBI, entre outros);
· Varejistas do setor da construção poderão fechar suas portas;
· Milhares de pessoas desempregadas;
· Aumento da inadimplência nas parcelas dos agentes financeiros, já que grande parte dos mutuários são profissionais da própria construção civil que perderão seus empregos;
· Corretores de imóveis perderão muitos clientes (compradores e vendedores);
· Inviabilização da comercialização de lotes em vias não pavimentadas;
· Fechamento de indústrias do ramo da construção civil;
· Pequenos empreendedores individuais ficarão engessados com seus capitais completamente estagnados, podendo ir até à falência, afetando o sustento de milhares de famílias;
· Milhares de pessoas ficarão sem o "sonho da casa própria";
· Estagnação do progresso em regiões com pouca infraestrutura;
· Aumento do déficit habitacional;
Aumento do preço dos imóveis devido à alta demanda e baixa oferta.