Publicado em 11/07/2021 às 14:30, Atualizado em 11/07/2021 às 11:12
Período de estiagem na região resultou em 322 notificações de queimadas neste ano
As Guarnições de Combate a Incêndio Florestais (Gcifs) da Operação Hefesto continuam com os trabalhos em campo no combate as chamas no pantanal.
Na região da Nhecolândia e do Paraguai-Mirin, as equipes realizam ações de combate aos focos de calor.
Os militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS) percorreram grandes fazendas com o território extenso para realizarem o trabalho de rescaldo das chamas.
Característico no pantanal, o fogo de turfa ou fogo subterrâneo ocorre quando não há chuva em abundância.
Ele pode durar dias, semanas ou até meses. Os sucessivos períodos de secas e cheias nas estações da região criam camadas de matéria orgânica no solo que no período mais seco se tornam altamente inflamáveis.
O monitoramento é constante e as equipes da Operação Hefesto estão acampadas em fazendas e pontos estratégicos para o combate às chamas.
De acordo com o Sistema de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Corumbá configura como o município brasileiro com maior foco de queimadas no País, com 322 notificações neste ano.
Destruição
Dados do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e de Mato Grosso (MPMT) apontam que cerca de 60% dos focos de incêndios que destruíram o Pantanal em 2020 foram provocados por ações humanas, ligadas diretamente a atividades pecuárias.
Conforme o relatório, 21 cidades entre os dois estados foram atingidas pelas queimadas do bioma no ano passado.
Por volta de 2 mil propriedades foram prejudicadas, além de seis terras indígenas e 16 unidades de conservação.
De janeiro até novembro de 2020, 30% do Pantanal foi atingido pelas queimadas históricas que consumiram o bioma no ano passado. Levando em conta só o Pantanal mato-grossense, esse número chega a 40%.
Reforço
Na segunda-feira (12), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai lançar um conjunto de ações voltadas para mitigação, prevenção e combate a incêndios e queimadas nas áreas rurais do pantanal brasileiro.
A Pasta deve anunciar ainda o programa Pró-Pantanal, iniciativa conjunta do Mapa com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), desenvolvido para recuperar o bioma e reduzir os impactos das queimadas na economia local.
Para auxiliar nas estratégias de prevenção, também será lançado o Painel Risco de Incêndio do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A ferramenta digital monitora e divulga os locais com maior probabilidade de ocorrência de incêndios no Brasil.