Publicado em 24/10/2024 às 09:35, Atualizado em 23/10/2024 às 22:23
Em Mato Grosso do Sul foram 37 localidades percorridas de norte a sul e de leste a oeste do estado
No último dia 12 de outubro foi realizado mais um Global Big Day no mundo inteiro. O evento, que tem se tornado tradição entre os amantes das aves livres e da natureza de forma geral, mobiliza pessoas em torno da observação e contagem do maior número de espécies de aves durante 24 horas. A idealização é da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e a organização é livre entre os diferentes países. No Mato Grosso do Sul, o evento é coordenado e mobilizado pelo Instituto Mamede com o projeto Vem Passarinhar MS. A classificação final revela quantas espécies de aves de vida livre foram encontradas e quais os locais mais ricos em aves.
Na classificação final, o Brasil ficou em terceiro lugar com 1.245 registros em 24 horas. A grande mobilização no Mato Grosso do Sul rendeu 376 espécies de aves registradas (58% das espécies anotadas para o estado), a terceira colocação em número de listas com 373 listas submetidas à plataforma eBird. O Hostpot Pantanal da Nhecolândia/Fazenda Alegria foi campeão em número de listas e outros dois hotspots também ficaram entre os Top 10: Campo Grande/UFMS e Aquidauana/Fazenda Barranco Alto.
O Projeto Vem Passarinhar MS ficou em primeiro lugar no ranking nacional em número de espécies, provando a importância da mobilização e ação coletiva no estado. Ainda em relação ao número de espécies, os hotspots Refúgio da Ilha Ecolodge (n= 222), Pantanal da Nhecolândia/Fazenda Alegria (n= 203), Aquidauana/Fazenda Barranco Alto (n= 201) e Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (n= 182) ficaram entre os TOP 10 no Brasil. Portanto, das 10 localidades com maior número de espécies de aves registradas, 04 estão no Mato Grosso do Sul. Além das propriedades privadas, as Unidades de Conservação públicas tiveram grande destaque como o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, o Parque Estadual Matas do Segredo, Parque Estadual do Prosa e RPPN UFMS.
Para Maristela Benites, do Instituto Mamede, a participação e o engajamento das pessoas foram os grandes vencedores desse evento. A pesquisadora e educadora enfatiza que observar e contar aves no Global Big Day vai além da dimensão científico-ecológica sobre a ocorrência das espécies em seus habitats, pois conectam pessoas entre si e com o belo, com o vivo e com a natureza que é social. As implicações da observação de aves nesses eventos se traduzem em benefícios para a educação, o turismo, a recreação, a cultura, a conservação socioambiental e a ciência. É o encontro do lúdico com a educação, o lazer e a ciência, uma grande festa de celebração da vida. A partir da mudança cultural em valorizar aves livres e apreciar sua existência é possível provocar mudança social no modo de perceber e atuar com a natureza. Descobrir a presença de tantas espécies, muitas das quais tão próximas do convívio diário, abre uma janela de consciência sobre a riqueza de vida que nos rodeia e a necessidade de proteção como condição para nossa própria existência.
O diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS, Bruno Wendling, ressalta que mais uma vez Mato Grosso do Sul se destaca como um dos hotspots de observação de aves do planeta. “Destaque especial para as nossas pousadas pantaneiras, Parques Estaduais e Campo Grande, considerada a capital da observação de aves do Brasil, que figuram na lista dos principais pontos para observação de aves em termos de diversidade, números de espécies endêmicas e atrativas ao aviturismo. Isso mostra que MS é, de fato, um dos principais destinos de observação de aves da América Latina. Conectado com destinos como Pantanal e Bonito, mostra mais uma vez que é uma excelente opção para os amantes da observação da vida silvestre, não somente de aves, mas de toda a biodiversidade que Mato Grosso do Sul tem em seus biomas. Estamos felizes com mais um resultado positivo e parabéns a todos os parceiros que fazem essa atividade acontecer e que se empenham tanto para realizar o Global Big Day em Mato Grosso do Sul”.
Uma jornada inesquecível
Joana D’arc dos Santos, acadêmica de turismo na UEMS, que participou do Big Day em Campo Grande, também condutora em Aviturismo, fala que poder guiar pai e filha durante o Big Day foi inesquecível. “Além da variedade de aves avistadas e o fortalecimento de laços que o passarinhar pode nos trazer, a observação de aves também promove a educação ambiental e contribui para a conservação da biodiversidade. Ao nos conectarmos com a natureza seja nos parques, quintal de casa, áreas naturas de belezas sem iguais, podemos também alcançar vários ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), como conservação da vida terrestre, saúde e bem-estar, cidades e comunidades sustentáveis e a promoção da educação de qualidade”.
Em Mato Grosso do Sul foram 37 localidades percorridas de norte a sul e de leste a oeste do estado. Assim, na prática de observar aves ganham as pessoas, a biodiversidade e a sociedade como um todo em favor da construção de territórios sustentáveis. “O Big Day marca descobertas, pela conexão com a natureza e por momentos de grande alegria”, finaliza Maristela Benites, do Instituto Mamede.