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19/10/2024 às 06:31, Atualizado em 18/10/2024 às 15:33

Conab prevê aumento na produção da safra de grãos 2024/2025 para o Estado

Levantamento da Companhia Nacional estima crescimento de 37,5% em comparação a safra anterior

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Divulgação

Pesquisa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizada durante está semana, aponta que a safra de grãos 2024/25 terá aumento significativo tanto para a produção quanto para a economia de Mato Grosso do Sul. Os dados mostram que a colheita total poderá atingir 27,4 milhões de toneladas, número que corresponde a um aumento de 37,5% em relação aos 19,97 milhões de toneladas colhidos na última safra.

Para o coordenador de agricultura da Semadesc (Secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Fernando Nascimento, o crescimento da produção de grãos no Estado é essencial, tanto para a economia quanto para aqueles que dependem da aquisição desses produtos. “À medida que a produção se expande, as indústrias começam a perceber a importância dessa atividade no estado e na sua capacidade de produzir grãos. Com isso a agroindústria começa a valorizar esses grãos, tanto para consumo interno quanto para a fabricação de outros produtos. Tendo produção, atraí indústrias que trabalham com etanol, frigoríficos, suínos, aves e bovinos”.

Com o intuito de contornar eventuais problemas com efeitos climáticos adversos, o coordenador afirma que o produtor rural deve buscar assistência e auxílios de profissionais capacitados no manejo do solo e plantio. “Para evitar os problemas climáticos que provavelmente acontecerão, recomendamos que o produtor busque assistência técnica de um profissional qualificado, preferencialmente um engenheiro agrônomo. Esse especialista poderá orientá-lo sobre as variedades a serem cultivadas, a melhor época para o plantio e os cuidados necessários. Além disso, ele pode recomendar ações para prevenir a redução da disponibilidade de água para as culturas em desenvolvimento, como no caso do plantio direto e da conservação do solo e da água”.

Fernando Nascimento ressalta que a indústria do amendoim é um exemplo da expansão e valorização dos produtores pelos grãos. “A expansão desta cultura que já se encontra com 37 mil hectares, destaca que em um futuro próximo poderá haver a possibilidade uma indústria de beneficiamento de amendoim”.

Em relação ao suporte oferecido pela Semadesc aos pequenos e médios produtores, Fernando destaca o transporte do calcário com serviço de frete para os pequenos agricultores do Mato Grosso do Sul, além do transporte de 45 mil toneladas de calcário para 2.500 produtores, entre 2023 e 2024.

Ao todo, a previsão é de que a área de cultivo no Mato Grosso do Sul alcançar a meta de 6,7 milhões de hectares, totalizando um aumento de até 5% da área de plantio. Além das culturas convencionais, o estado demonstra uma tendência de diversificação, com a reabilitação do algodão e o investimento para o crescimento do girassol.

A safra e seus produtos

A principal cultura do Mato Grosso do Sul que é a soja, deve apresentar um crescimento de 6,2% na área destinada ao cultivo, totalizando 4,25 milhões de hectares. A produtividade também está prevista para aumentar, passando de 2.825 kg/ha para 3.471 kg/ha, o que representará um incremento de 30,5% na produção total, alcançando 14,76 milhões de toneladas. Esse crescimento é sustentado por condições climáticas favoráveis e por uma maior eficiência nas práticas agrícolas, mantendo a soja como a cultura mais relevante para a economia do estado.

Outro destaque é o milho, cuja produção total deverá registrar um aumento de 48%, subindo de 8,08 milhões para 11,95 milhões de toneladas. Grande parte desse crescimento se deve à segunda safra, que verá um aumento de 49% em sua produção, com a produtividade também crescendo, de 3.746 kg/ha para 5.455 kg/ha. Em contrapartida, a primeira safra de milho enfrentará uma redução de 16,7% na área plantada e de 10,7% na produção, refletindo a mudança de foco para a safrinha, que se mostra mais lucrativa.

Os resultados relacionados ao feijão variam bastante. A segunda safra deve se destacar com um aumento de 84,2% na produção, enquanto a terceira safra enfrentará uma queda acentuada de 79% tanto na área cultivada quanto na produção. Essa diminuição sugere um possível ajuste estratégico para priorizar culturas que ofereçam maior retorno econômico, especialmente em regiões onde as condições para o cultivo do feijão são menos adequadas. Já o girassol terá sua produção dobrada, atingindo 0,4 mil toneladas, beneficiado por um notável aumento de 121,7% na produtividade, mesmo mantendo a área cultivada.

Em relação ao algodão, a expectativa é de aumento em até 14,7% na área plantada e um crescimento de 14% na produção de pluma, embora possa haver uma leve queda na produtividade. Por outro lado, o trigo e a aveia, que são as principais culturas de inverno, devem manter estáveis tanto a área plantada quanto a produção, consolidando sua importância na rotação de culturas e na utilização de terrenos durante a estação seca.

Por João Buchara

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