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25/04/2024 às 11:30, Atualizado em 25/04/2024 às 12:00

Com solo produtivo e controle de doenças, MS expande na produção de laranjas

Empresa vai investir R$ 500 milhões no plantio de 5 mil hectares de laranja no Estado

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Divulgação

O solo sul-mato-grossense vem atraindo os olhares de produtores de laranja, essa nova expansão de produção é justificada pelo clima no estado, além do ambiente produtivo e uma legislação rígida. Com “tolerância zero” a doença de greening, que vem devastando plantações e pomares no mundo todo.

Gigante do setor, o Grupo Cutrale faz parte deste novo momento de Mato Grosso do Sul. Eles anunciaram o investimento de R$ 500 milhões no plantio de 5 mil hectares de laranja no Estado, que serão produzidos na Fazenda Aracoara, que fica às margens da rodovia BR-060, na divisa entre Sidrolândia e Campo Grande. A empresa que lidera as exportações brasileiras de laranja terá toda sua área irrigada e vai contar com o plantio de cerca de 1.730 milhão de pés de laranja.

Para Sarita Junqueira Rodas, CEO do grupo empresarial, o Estado é promissor porque oferece boas condições fitossanitárias. “Estamos convictos em ter estes dois polos no Estado. Aqui tem boas condições (fitossanitárias), ainda preservado de doenças como a greening. Eu vejo aqui com um potencial imenso”.

A previsão é que o projeto tenha um alcance em um raio de 150 km da propriedade, chegando no futuro a 30 mil hectares plantados. Todo este investimento na produção teria como consequência a instalação de uma futura indústria de processamento de laranja em suco no Mato Grosso do Sul. A atuação do grupo empresarial no Estado mostra o cenário de crescimento e expansão que tem aqui um novo destino.

Produtor do estado

Este novo cenário anima também quem já está no setor e investe no Estado. É o caso do produtor rural Ronie Garcia Ferreira, de 77 anos, que resolveu plantar laranja em Dois Irmãos do Buriti desde 2012. Ele conta que foi uma ótima decisão e que não se arrepende de entrar nesta área.

“Nasci aqui nesta região e moro nessa Fazenda (Pouso Alegre) desde a década de 70. No começo era apenas pecuária e depois agricultura, mas com incentivos dos fazendeiros daqui da região, resolvi plantar laranja. Posso dizer que estou indo muito bem. A minha (laranja) é considerada a mais doce de toda região”, garante.

Ele tem 38 hectares de produção da fruta, com 10 mil pés de laranja plantados. Seu principal comprador são os mercados de Campo Grande, mas já vendeu para Dourados e até São Paulo. “Minha produção aqui é a seco e irrigada, temos até seis pessoas que trabalham de forma fixa, mas na época de grande colheita chegamos a ter 60 funcionários. É um setor que emprega bastante gente”.

Ronie conta que o apoio do Governo do Estado é importante ao setor, principalmente a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que sempre está à disposição para ajudar os produtores. “Mato Grosso do Sul é um dos melhores estados para se plantar, tem um clima e toda prevenção contra as doenças. Têm muitas pessoas interessadas em investir no setor da laranja, mas temos vantagem contra a concorrência, com um pomar adulto, com cinco a seis anos na frente”, descreveu.

Com um semblante tranquilo, Garcia diz que na sua fazenda tem várias ações de prevenção contra doenças, como a grenning. “Existe um controle e cuidado, graças a Deus aqui nunca houve nenhum caso, mas temos muita cautela. Recebemos a visita periódica da Iagro e tomamos todos os cuidados necessários”.

Ele conta com três maquinários para fazer colheita, passar a pulverização e carregamento da laranja. Na fazenda as laranjas passam na máquina de polir, antes de serem ensacadas. “Ela fica brilhosa e com ótima textura. Temos hoje um ótimo preço, até pela falta da laranja devido à doença. É um setor em expansão no Estado, mas que precisa se dedicar o ano inteiro”, avisou.

Segundo a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) a citricultura conta com 2 mil hectares cultivados no Estado, no entanto com a chegada de novos produtores e investimentos, esta área deve chegar a 10.300 (hectares) nos próximos anos, o que faz parte da estratégia da gestão estadual de diversificação da cadeia produtiva e econômica do Mato Grosso do Sul.

Por Suzi Jarde

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