A cada ano a observação de aves em Mato Grosso do Sul ganha força e destaque, inclusive com espécies raras que são encontradas somente no Estado, como é o caso de aves como o rapazinho-do-chaco e tiriba-fogo.
No sábado (13), durante o Global Big Day, 26 equipes de observadores envolvendo aproximadamente 300 pessoas em todo o Estado, foram registradas 353 espécies de aves em um período de 24 horas – o que representa 52% das espécies encontradas nos 79 municípios.
O Mato Grosso do Sul ficou com seis dos dez primeiros hotspots do Brasil, ou seja, os melhores pontos para observação nacional, incluindo a Fazenda Aguapé em primeiro lugar com 220 espécies, além do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e o Refúgio Ecológico Caiman.
“Todas as cidades do Estado são bem especiais, diversas e com muitas espécies de aves. Campo Grande é a capital do turismo de observação de aves, reconhecida por lei. E existem espécies exclusivas do Cerrado e muito atrativas para o turismo de observação de aves”, afirmou Simone Mamede, diretora do Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental e Ecoturismo, uma das organizadoras do evento realizado em parceria com a Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul.
A observação de aves contribui para os dados relativos ao percurso das aves migratórias, agregando dados científicos, além de promover a preservação ambiental e novos destinos turísticos para a prática. “Isso demonstra que a cultura da observação de aves se enraíza no MS. A cada edição do Big Day são agregados novos adeptos dessa prática de observação e contemplação da biodiversidade e de valorização a vida”, disse Simone.
A ornitóloga Maristela Benites explicou que das 7.64 espécies registradas em 24 horas, 38% delas, ou seja, 2,9 mil foram da América do Sul. “Percebam a grandeza da América do Sul em termos de biodiversidade. São poucas listas, 23.363 em comparação com outros países, como os EUA que tem 74.663”.
Observação de aves
A observação de aves (birdwatching) já atrai milhares de brasileiros e estrangeiros para observar espécies raras com binóculo e, quando possível, fotografá-las. São mais de 1,9 mil espécies de aves catalogadas no Brasil e em Mato Grosso do Sul é possível observar aproximadamente 650 delas vivendo livremente em ambientes rurais e urbanos. São vários os locais para a prática da atividade, como o Pantanal, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, além de parques estaduais, região turística Rota Norte e Campo Grande.
Mato Grosso do Sul possui ainda um diferencial para os observadores brasileiros que é a presença de duas espécies que, dentro do território nacional, só são observadas no Pantanal Sul-mato-grossense e na Serra da Bodoquena. Fora do território nacional, o rapazinho-do-chaco (Nystalus striatipectus) é avistado no Leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, e a tiriba-fogo (Pyrrhura devillei) pode ser encontrada no Chaco paraguaio.
“A Fundtur já vem apoiando essa e outras iniciativas dos observadores de aves no Estado por ser um segmento de turismo importante e crescente a cada ano no país e no mundo. O Estado, por suas características geográficas, é um forte destino para os observadores de aves do mundo todo. As duas espécies, o rapazinho-do-chaco e a tiriba-fogo, em todo território nacional só possuem registro em nosso Estado, fazendo do MS um destino para os observadores de aves nacionais e internacionais”, afirmou Geancarlo Merighi, diretor de Desenvolvimento do Turismo da Fundtur-MS.
O Global Big Day é um evento internacional de observação de aves, onde os observadores saem para fazer suas observações e registram em listas. É promovido pelo E-Bird que é uma plataforma que tem como objetivo reunir essas informações na forma de listas de verificação de aves, arquivá-las e compartilhá-las livremente para alimentar novas abordagens baseadas em dados para ciência, conservação e educação.
O próximo Global Big Day, com 24 horas de observação de aves, está previsto para ocorrer em outubro deste ano.
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