Publicado em 28/08/2022 às 07:04, Atualizado em 27/08/2022 às 18:10
Somados, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal devem ser responsáveis por um volume de 136,194 milhões de toneladas de grãos nesta safra
Com todas as suas quatro unidades da Federação tendo registrado aumento na produção de grãos, a Região Centro-Oeste foi a que mais contribuiu, em números absolutos, para que a safra 2021/2022 atingisse um recorde no Brasil.
Segundo o 11º Levantamento da Safra de Grãos, produzido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado neste mês de agosto, o País terá produção recorde nesta safra, com um volume superior a 271,4 milhões de toneladas de grãos.
Trata-se de volume 6,2% maior do que o colhido em 2020/2021 e significa 15,9 milhões de toneladas a mais na produção, já que a safra anterior colheu 255,5 milhões de toneladas de grãos.
Somados, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal devem ser responsáveis por um volume de 136,194 milhões de toneladas de grãos nesta safra. O número é 16% superior ao registrado na safra 2020/2021, quando foram colhidos 117,371 milhões de toneladas.
De acordo com a Conab, houve um aumento de 5,2% na área destinada ao plantio de grãos no Centro-Oeste, que passou de 30,158 milhões de hectares em 2020/2021 para 31,723 milhões de hectares nesta safra. Já a produtividade média da Região registrou um aumento de 10,3% e saltou de 3.892 quilos por hectare na safra passada para 4.293 quilos por hectare nesta safra.
O Mato Grosso foi o representante do Centro-Oeste que deverá registrar a maior produção nesta safra e também o estado da região com maior ganho percentual em comparação ao total colhido na temporada anterior. O volume de 2020/2021, de 73,073 milhões de toneladas de grãos, deverá saltar em 2021/2022 para 85,988 milhões de toneladas, um aumento de 17,7%.
Na sequência, aparece o Goiás, cujas projeções apontam para um volume de 27,801 milhões de toneladas produzidas nesta safra, 12,9% a mais do que as 24,615 milhões de toneladas colhidas em 2020/2021.
Em Mato Grosso do Sul, a produção deverá superar a safra passada em 14,2%. As previsões apontam para um volume de 21,612 milhões de toneladas de grãos colhidos em 2021/2022, contra 18,930 milhões de toneladas produzidas em 2020/2021.
Por último, a Conab aponta um aumento de 5,3% na produção no Distrito Federal, que deverá chegar a 792,3 mil toneladas nesta safra. Em 2020/2021 foram colhidas 752,3 mil toneladas de grãos.
Demais regiões
O 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab mostrou também que a produção da safra 2021/2022 teve um ganho considerável em quatro das cinco regiões brasileiras. O maior salto foi observado no Nordeste, onde o volume deve ser de 27,540 milhões de toneladas de grãos, uma variação de 16,2% a mais do que na safra anterior.
A Região Norte, com um aumento estimado de 15,4% em comparação com a safra 2020/2021, também contribuiu para que o Brasil pudesse alcançar neste ano um número recorde na produção de grãos e deverá colher 14,127 milhões de toneladas nesta safra.
A Região Sudeste foi outra que obteve ganho expressivo. A produção registrou aumento de 12,7%, saltando de 24,091 milhões de toneladas em 2020/2021 para 27,149 milhões de toneladas em 2021/2022.
O recorde de produção de grãos da safra 2021/2022 no Brasil teria sido ainda maior se não fossem as variações climáticas. Em novembro do ano passado, quando as áreas das culturas de primeira safra já estavam definidas e as condições do clima vinham ocorrendo dentro dos padrões ideais, previa-se uma produção total de grãos em 291,1 milhões de toneladas, o que corresponderia a um crescimento de 13,9% em relação à safra anterior.
Milho
O milho ocupa papel de protagonista no cenário nacional, com produção estimada de 114,7 milhões de toneladas para essa temporada, sendo 31,7% superior ao produzido em 2020/2021. A primeira safra de 2021/2022 está com a colheita sendo finalizada, já o milho de segundo ciclo está em fase de colheita e o de terceira ciclo teve o plantio finalizado em julho.
O clima seco e quente registrado em julho favoreceu o avanço da colheita da segunda safra de milho 2021/2022 na maioria das regiões produtoras, passando de 70% da área semeada, que alcançou 16,37 milhões de hectares. A área semeada é 9,2% superior ao da safra 2020/2021 e é a maior área já registrada para o cultivo do cereal no período.
Com mais de 90% da área já colhida e com a melhor média de produtividade do país, alcançando o rendimento de 6.338 quilos por hectare, Mato Grosso é o estado mais adiantado nos trabalhos relativos à colheita do milho na segunda safra. A produtividade média nacional esperada para esta safra é de 5.339 quilos por hectare, 31,8% superior à da safra 2020/2021.
Outros grãos
A principal colheita de grãos no Brasil vem da soja, com uma produção estimada de 124 milhões de toneladas. A colheita já está concluída, e apesar do enorme volume, houve uma redução de 10,2% na produção, resultado de uma severa estiagem observada no Sul do País no final de 2021 e início de 2022.
Além do milho, o algodão e o feijão tiveram aumento na produção levando-se em conta a safra 2020/2021. Para a pluma, a produção estimada é de 2,74 milhões de toneladas, 16% superior à safra passada. A finalização da colheita está prevista para setembro.
O feijão tem produção total estimada de 3,05 milhões de toneladas, 5,3% superior à safra anterior. Desse volume, 1.813 mil toneladas são de feijão-comum cores, 576,4 mil toneladas de feijão-comum preto e 656,9 mil toneladas de feijão-caupi.
O primeiro e segundo ciclos de feijão cultivados nessa safra já estão com a colheita concluída. Já o cultivo de terceiro ciclo está iniciando a colheita.
Para o arroz, a produção está estimada em 10,8 milhões de toneladas e a colheita já está concluída.
As graníferas de inverno, como aveia, canola, cevada, centeio, trigo e triticale (cereal híbrido resultante do cruzamento entre o trigo duro e o centeio) estão em campo, apontando, até o momento, produção recorde, podendo chegar a um pouco mais de 11 milhões de toneladas. Operações de colheita já começaram, principalmente para o trigo no Centro-Oeste.
Outros produtos, como amendoim, gergelim, girassol e mamona, também tiveram aumentos expressivos quando comparados à 2020/2021. O gergelim saltou de 56,7 mil toneladas para 98,1 mil toneladas em 2021/2022, um aumento de 73%. A mamona passou de 27,4 mil toneladas para 43,7 mil toneladas (variação positiva de 59,5%) e o amendoim total saltou de 596,9 mil toneladas para 746,7 mil toneladas (25,1% a mais). Já para o girassol, a produção na safra passada foi de 36,2 mil toneladas e subiu para 40,8 mil toneladas (12,7% a mais) nesta safra.