Publicado em 23/07/2022 às 07:00, Atualizado em 22/07/2022 às 16:31
Dados do IBGE não levam em conta a redução de nascimentos e aumento de óbitos causados pela pandemia
Publicados nesta sexta-feira (22), dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o brasileiro está mais velho, tendência que se repete em Mato Grosso do Sul, com 52,2% de sua população acima dos 30 anos.
Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características Gerais dos Moradores, os números apontam que àqueles com 30 anos ou mais, no ano passado, somavam 56,1% da população.
Conforme a PNAD, o que elevou esse patamar das pessoas mais velhas foi, justamente, a redução daqueles abaixo da casa dos 30, -5,4% entre 2012 e 2021.
Em Mato Grosso do Sul, a queda entre os mais jovens (abaixo dos 30), foi de 52,1% em 2012 para 47,7% no ano passado.
Essa série histórica foi iniciada ainda em 2012, quando os acima de 30 anos era pouco mais da metade da população (50,1%).
Seguindo o balanço do ano passado, a população brasileira foi estimada em 212,7 milhões, 7,6% acima do primeiro índice registrado há uma década.
Nesse período, a grupo de pessoas com 60 anos ou mais foi de 11,3% (22,3 milhões) para 14,7% da população (31,2 mi) no Brasil. Regionalmente proporção estimada nessa faixa etária cresce 37,8%.
Dados do IBGE apontam que essa parcela da população, em MS, cresceu de 246 mil pessoas, em 2012, para 339 mil no ano passado. Entre os idosos, destaca-se a expansão da participação daqueles de 65 anos ou mais, que atingiu 8,1% da população total em 2021 no Estado.
Números não consideram pandemia
Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa, aponta que um reflexo para a queda entre os abaixo de 30 é a diminuição da fertilidade nacional, já constatada há algum tempo em pesquisas do IBGE.
Ainda assim, as estimativas de sexo e classes de idade para Brasil - alinhada com as Projeções Populacionais -, não levam em conta a redução de nascimentos e aumento de mortes na pandemia.
“Com os resultados do Censo 2022, esses parâmetros serão atualizados”, comenta o analista.
Fica claro na Pesquisa ainda a divisão entre os chamados "potencialmente ativos" e os "dependentes demográficos", que compreende crianças e adolescentes, entre 0 e 14 anos; e idosos, que possuem 65 anos ou mais.
Enquanto as crianças e adolescentes caiu de 34,4 - por 100 pessoas -, para 29,9 entre 2012 e 2021, os idosos saltaram de 11,2 para 14,7.
“É uma mudança na estrutura etária da população. Esse indicador revela a carga econômica desses grupos sobre a população com maior potencial de exercer atividades laborais. Sabemos que há idosos ativos no mercado de trabalho, além de pessoas em idade de trabalhar que estão fora da força. Mas o indicador é importante para sinalizar a potencial necessidade de redirecionamento de políticas públicas, inclusive relativas a previdência social e saúde”, finaliza Gustavo.
Com informações do Correio do Estado