Publicado em 25/01/2023 às 13:33, Atualizado em 25/01/2023 às 10:35

Baixa remuneração dos recenseadores atrapalhou contratação para Censo, diz IBGE de MS

Além dos baixos salários, trabalho é descrito como desgastante pelo coordenador operacional da pesquisa em MS

Redação,

Com atraso de três meses, a unidade estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em MS, reconhece que uma das falhas da operacionalização da pesquisa foi a baixa remuneração oferecida para os recenseadores, profissionais que têm a função de visitar casa por casa e entrevistar os moradores. A previsão é de que a coleta de dados siga até o próximo dia 31.

Ao Correio do Estado, o coordenador operacional do Censo em MS, Alex Uchôas explicou que diversas situações acabaram por atrapalhar a conclusão da pesquisa, mas os baixos salários e ganhos conforme a produtividade, fizeram com que as inscrições nos diversos processos seletivos abertos antes e durante o censo fossem baixas.

O coordenador afirmou que o Instituto reconheceu este erro e alterou as taxas pagas aos funcionários no decorrer do Censo. No entanto, não especificou como foi realizada esta mudança.

Por outro lado, o coordenador afirma que em MS o IBGE teve mais um obstáculo para contratar, já que a mão de obra disponível é escassa, tendo em vista que o Estado figura como terceiro no ranking dos locais com menor índice de desocupação.

“Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com menor índice de desocupação do país. Então, aqui a mão de obra já não é tão fácil assim tão abundante para fazer a contratação”, destacou.

Ainda sobre a contratação de pessoal para realizar as entrevistas, Uchôas aponta que boa parte do Censo foi realizado durante a campanha eleitoral de 2022 e isso também fez com que a meta não fosse batida. Para ele, muitas pessoas preferiram ocupar cargos em diretórios partidários.

“O censo foi realizado concomitantemente a eleição que foi bastante acirrada. A gente sabe que perdeu muita mão de obra para esses trabalhos temporários em período eleitoral” aponta.

Uchôas ainda destaca que o trabalho em si é difícil e nem todos se adaptam à rotina de recenseador, já que tem que lidar com pessoas o tempo todo e, às vezes, é preciso trabalhar à noite e aos fins de semana.

“É um trabalho desgastante e, naturalmente, ele não é para todas as pessoas e nem todas se adaptam às tarefas que precisam ser realizadas”, conclui.

CONCLUSÃO

O coordenador revela que o levantamento está caminhando para a finalização e os dados oficiais devem ser entregues até o dia 31 de janeiro. Segundo dados do Instituto, em MS ainda restam, aproximadamente, 28 setores para serem recenseados.

“Vamos ainda fazer um rescaldo para conseguir entrevistas que por ventura a gente não tinha conseguido até o momento, geralmente pela dificuldade de encontrar o morador”, explica.

Outro trabalho para fechar a pesquisa é retornar nos domicílios que foram identificados como vagos para verificar se a casa continua sem morador, a fim de incluir todos no levantamento.

“ A gente deve fazer a finalização da coleta ativa até dia 31 de janeiro. O mês de fevereiro vai para essas visitas específicas nos domicílios que a gente não encontrou [morador].”, declara.

Com informações do Correio do Estado