ARTIGO: “Por que as pessoas traem?”

Para iniciar esse texto busca-se uma definição da palavra que será analisada no decorrer do mesmo. O Significado da palavra “Traição” é um substantivo feminino que remete para o ato de trair, falta de lealdade, quebra de fidelidade e confiança. Assim, a traição pode acontecer de várias maneiras, entre amigos, políticos, trabalho ou com pessoas que têm um relacionamento amoroso, a última é um assunto muito delicado.  Bem, essa escrita é uma análise dialética sem apontamentos, mas curiosa, quando o assunto é referente a isso, logo vem o interesse de saber o que aconteceu. Mas por que tanto interesse em algo que só diz respeito ao outro, falamos realmente só de alguém, ou de alguma forma inserimos na história. Por que as pessoas traem? Se o ato de trair implica tantos fatores, então, será que consciente ou inconsciente nunca cometemos ou sofremos traição. Existe uma ideia que trair envolvem casos amorosos, porém não é bem assim, a traição mais comentada na história da humanidade foi a de judas que traiu Jesus, e ali não foi por desejos carnais, a narrativa bíblica mostra um grande interesse por dinheiro. Vale lembrar que foi somente um exemplo bíblico para introduzir o assunto, outras teorias analisam com mais profundidade a questão histórica da época que não vou adentrar aqui.

No texto a discussão é ampla e delicada o objetivo não é julgar, nem apontar culpados, pois não tem resposta única e sim entender por que a palavra traição pode causar tantos malefícios na mente das pessoas, pré-julgamentos, culpa, vingança, dentre outras. Analisar o sentido da palavra trair implica atribuir outra recorrente a ela que é o perdão. Fazer a junção das duas geram rumores em determinadas situações. Acima já foi citado que o problema não é de “todos” e que direito temos então de decidir pelo outro. É comum ouvir frases prontas e arraigadas na mente das pessoas: “Eu perdoo, mas não esqueço; Fez uma vez faz sempre; Traição não tem perdão; Tem que pagar com a mesma moeda; Eu não aceito; Falta de vergonha na cara”, enfim, são tantas opiniões alheias, ou, não tão alheias assim, que fica difícil saber de quem é a razão. Baseado nisso, julgar o que alguém faz pode esconder o que se faz, ou melhor, opinar ou espalhar boatos fazem parte da necessidade humana, contar o que me contaram, sem analisar que uma palavra prejudica a autoestima de muitos e pode causar um estrago irreparável, porquanto, a traição é um processo doloroso e demorado a ser digerido, assim, muitas vezes o perdão é concedido para servir de controle a vida do outro, ou não concedido para obter aprovação da sociedade. Entretanto, não fique fantasiando, pensando e remoendo o que acontece na sociedade, até os especialistas em comportamento humano, têm dificuldade em conceituar a infidelidade porque ela esbarra em algo individual, carga emocional, história de vida, dificuldades, limitações, angústias, ambições, insatisfação, doenças, sofrimento, outras em puro prazer, fantasia, diversão, satisfação, autoafirmação, conquistas, vaidade, etc. O importante é lidar com acontecimentos reais e consigo, ainda não se explica as razões que levam a pessoa trair, não existem regras, ela pode acontecer de várias maneiras e não é da nossa conta.

Concluo com várias interrogações sobre o tema, pois encontrei alguns conteúdos que mostram as diversas formas de traições, a mais atual delas é a infidelidade virtual, porém, modelo moderno que está sendo analisado, todavia, tão ou mais prazerosa que a física. Isso mostra as mudanças na vida de cada um e a importância de saber lidar com o “novo”, ter maturidade para não rotular ninguém, pois pode não haver um único “culpado”. Estudos apontam, que é comum a pessoa sentir se acusada de trair e também de ser traída, acaba mudando o seu comportamento, outras têm essa necessidade sem culpa alguma. Detalhe importante, o homem é menos “cuidado” que a mulher, ele foi incentivado desde pequeno a ser o conquistador para provar a sua masculinidade, algo normal para a sociedade, já a mulher foi educada a mostrar um padrão moral e respeito a família, isso não isenta nem um nem outro de infidelidade. Hoje as pessoas são mais dispostas a procurarem outras formas de prazer, sem deixar os resquícios ideológicos de uma organização social patrimonialista que vem do Brasil colônia. Entretanto, esses valores são uma construção cultural, reproduzi-los sem questioná-los é contribuir para sua aceitação. É o pensamento dominante da naturalidade, apesar desse comportamento, os valores ainda estão em mutação, mesmo assim, não é possível apontar os culpados, as razões que o levaram a chegar a esse ponto.

Formada em Letras pelas FINAN/FALENA, Pedagogia FINAN/ FENA e Psicopedagogia IESNA, Pós-Graduação em Deficiência Auditiva: Tradução e Interpretação em Libras IESF, subárea Análise do Discurso, pela UEMS.