Publicado em 31/05/2019 às 07:01, Atualizado em 30/05/2019 às 21:03
Por: Wilson Aquino
O dia de amanhã não está prometido para absolutamente ninguém. Todos, Jovens ou idosos, não têm como garantir que farão isso ou aquilo no dia seguinte. Temos o domínio apenas do hoje, do agora, que pode ser a última chance de abraçar a pessoa amada e demonstrar a ela tudo o que sentimos.
Oportunidade também de se desculpar, de pedir perdão, de fazer as pazes com aqueles de quem guardamos um rancor desnecessário por anos a fio. Se pensamos em fazer isso amanhã, por que não fazer hoje? Pois, se o amanhã nunca vier para uma das partes, o arrependimento certamente será pelo resto da vida.
A vida é uma dádiva de Deus. Logo, deveria ser de grande importância e significado para todos os que, a cada amanhecer, são presenteados com mais um dia de vida, que se transforma em “hoje”.
Graças à capacidade de pensar, de ponderar e de refletir sobre as coisas, o homem tem o poder de tomar decisões e voltar atrás quando necessário. E essa é uma das grandes belezas do ser humano: a possibilidade de recuar, de reconhecer que errou e procurar fazer melhor.
Lamentavelmente nem todos se utilizam desse instrumento que exige humildade, garra e determinação para trilhar novos caminhos e reparar danos provocados quando percorreu veredas erradas.
Já parou para pensar que a cada amanhecer podemos decidir que nosso hoje será melhor que ontem? Podemos ponderar sobre nosso jeito de tratar as pessoas e decidir mudar, usar de mais atenção, mais respeito, mais consideração pelo nosso próximo.
Podemos também ouvir mais as pessoas, olhá-las nos olhos e refletir sobre cada palavra que diremos. Podemos mudar de profissão mesmo depois de décadas de dedicação a determinado ofício; Podemos mudar de casa; de cidade; de estilo de vida... Podemos muito! Podemos quase tudo e isso é belo e não tem preço.
E para que entenda a importância de não deixar para amanhã o que podemos fazer hoje, ainda mais quando se trata de vidas e sentimentos, reflita sobre este caso: uma amiga está internada com profunda depressão e outros problemas físicos por conta da morte de sua mãe, não tão recente, que levou para o túmulo qualquer possibilidade das duas se reconciliarem depois de mais de 30 anos de convivência com um problema nunca encarado, nunca resolvido.
Ela confidenciou que foi responsável pela separação dos pais, ainda na sua adolescência, quando testemunhou a mãe tendo um caso extraconjugal. Contou logo ao pai e a família foi dividida. A mãe se revoltou e a culpou pela separação. A vida seguiu em frente, se reconciliaram (mãe e filha), mas aquela “pedra no sapato” sempre permaneceu entre elas, que a ignoravam. Nenhuma delas nunca teve a coragem de propor sentar e conversar sobre o assunto.
Essa amiga não via os reflexos de toda essa história em sua vida diária, sua maneira de ser e de encarar as coisas e sabia que tinha que sentar com a mãe para conversar e se perdoarem. Não fez, e ela mesmo sabe que tudo isso a alicerçou para contrair uma série de problemas físicos e psicológicos.
Outro caso é de um conhecido na cidade que trabalhou a vida inteira, arduamente, e juntou uma grande fortuna. Na fase final da vida se deu conta de quanta coisa deixou para traz e que não se atentou às necessidades e carências das pessoas à sua volta e quando se conscientizou dessas coisas procurou desesperadamente ajudar a comunidade fazendo doações para diversos projetos sociais. Mesmo assim não se realizou, pois se arrependeu do longo tempo que perdeu de fazer a caridade à maneira do Senhor: Sempre! durante toda nossa vida aqui na Terra, mesmo que os benefícios sejam simples palavras de consolo.