Publicado em 23/08/2024 às 09:00, Atualizado em 23/08/2024 às 11:57

AMPLAVISÃO: Favoritismo gera pressão e obrigação de vencer

Por Manoel Afonso

Redação,
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Divulgação

ELEIÇÕES: Uma campanha começa com um bom candidato e um bom slogan. Um deve estar atrelado ao outro. A diversidade dos meios de comunicação com o advento da internet e as poderosas redes sociais permitem hoje a exploração deste nicho eleitoral. O slogan há de combinar com o perfil e projeto do candidato.

O SLOGAN: Se os títulos de filmes e de livros marcam, influenciam o público, o slogan do candidato deve representar a estratégia da campanha e associá-lo ao estilo da futura administração no Executivo. Essa é a sinalização do que se pretende fazer e como irá realizá-lo – dando inclusive subsídios para comparações com adversários.

A PROPÓSITO: A obra ‘O Poderoso Chefão’, de Mario Puzo, com o protagonista Marlon Brando – é referência na associação do título ao enredo e personagem. Com voz pastosa, roupas a caráter e gestos lentos, Brando encarnou com fidelidade o personagem (capo mafioso). Em nossa memória ficaram gravados o título e as imagens.

DISCURSOS: Devido as restrições legais, os discursos em locais públicos deram lugar ao uso da internet pelas redes sociais. Os enfadonhos pronunciamentos de ontem estão enxutos, mais objetivos para atrair a atenção. Frases bem construídas com apelos emocionais agradam e tocam nesta época de carência afetiva. Não há como fugir disso.

O MANDATO: Gera poder, atrai admiração, massageia o ego e em muitos casos passa a fazer parte da personalidade e passagens de incontáveis figuras públicas. Impossível não lembrar do bíblico ‘Eclesiastes’ ao afirmar “tudo é vaidade”. Parafraseando Roberto Correa: “não creio em bruxas e bruxarias, mas las hay, las hay”.

REJEIÇÃO: Um fardo do qual dificilmente o candidato consegue se livrar ao longo de uma campanha. É uma espécie de estigma que está grudado à sua imagem por algum motivo aos olhos da opinião pública. Às vezes, os índices de aceitação são insuficientes para compensar os números da rejeição que provocam a derrota eleitoral.

CAUSAS de rejeição: Soberba, imodéstia, arrogância, atrevimento, afetação, desdém, empáfia, imoralidade e despreparo – entre outras. Aferindo a pontuação em pesquisas ao Executivo e Legislativo nota-se a presença de algumas destas características nos postulantes com desempenho que deixa a desejar. É questão de olhar profundo.

RESGATE: Após muitos anos tivemos comício de rua na capital, sem show artístico, com direito a ambulantes, famílias, animação, cartazes e faixas. A candidata Rose (União Brasil) ousou com o evento, que deveria ser imitado pela concorrência. Nota 10 para a operação limpeza da rua 14 após o comício. Influência cultural do vice Oshiro?

TEM JEITO? Zilu Camargo, ex-mulher de Zezé di Camargo (ela mesmo!) é candidata à vereadora (União Brasil) em São Paulo. Acrescentaria o que mesmo? Representaria as mulheres ‘mal-amadas’? Eleita, se juntaria a figura folclórica – o ajudante de palco do Ratinho – Markito – favorito para a reeleição. Apagaram a luz do final do túnel dos paulistanos.

VIRA VIRA? Vitória apertada é sofrida e mais gostosa. É como o gol no final do jogo de decisão. É cedo para cravar quem ganha na capital, mas o fator psicológico da vantagem – ainda que efêmera – influencia na campanha, na militância e nos eleitores indecisos. Rose manterá o ritmo? Beto, Adriane e Camila darão a volta por cima?

PESQUISAS: Cada candidato com seu olhar sobre os números, rejeição e outros dados captados para analise despida do emocional. É comparável ao técnico do time que está perdendo o jogo e durante o intervalo no vestiário motiva os atletas com nova postura para a etapa final. O ‘jogo’ apenas começou, mas os dias de campanha são poucos.

O CARA: Com André Puccinelli de fora, Reinaldo Azambuja é o protagonista do jogo sucessório. Todos os lances passam por ele, assumindo a postura de líder sem medo, acreditando na vitória de seus candidatos. Ele tem a plena convicção de que está no rumo certo, mesmo sob risco da invisível ‘fobia de poder’.

SOB PRESSÃO: Pelas alianças partidárias que apoiam os candidatos a prefeito da capital, Beto Pereira é o mais beneficiado, pelo número de siglas e de postulantes à Câmara. Se o favoritismo (como no futebol) implica na obrigação de vencer, Beto corre contra o relógio e as pesquisas, para não repetir Edson Giroto em 2012.

VEJA BEM: Beto Pereira tem o apoio do PSDB, Cidadania, PSD, PL, Podemos, MDB e Republicanos e 4 minutos e 58 segundos na tevê. Mas esse fator é relativo. Em 1989 – Ulysses Guimarães (MDB) tinha 22 minutos na tevê e perdeu para Collor (PTR) com 10 minutos. De 22 candidatos, Ulysses foi o 7º. Em 2022, o capitão Contar (PRTB) perdeu a eleição no debate final com Eduardo Riedel (PSDB).

TROPEÇÕES: Imprevisíveis e refletem nas urnas. Em 1989 Leonel Brizola ia bem na campanha presidencial até discutir com uma repórter em Campo Grande e saiu desgastado do episódio. Ciro Gomes, foi infeliz ao falar sobre o papel de sua namorada Patrícia Pillar na campanha presidencial. Despencou nas pesquisas e perdeu a eleição.

HISTÓRIA: Antônio Maria Coelho – (nome de rua na capital), o primeiro governador de Mato Grosso (1889-1891) após a Proclamação da República. Participou da famosa Retomada de Corumbá. Marechal, deixou o Exército em 1894 e mudou-se para Corumbá onde faleceu no mesmo ano. É de sua autoria a bandeira do Mato Grosso.

DESAFIO: Os 730 mil evangélicos de MS e os 230 mil da capital na alça de mira do PT. A intenção é convidá-los a rever ou refletor sobre temas delicados. Mas como, por exemplo, nivelar o abismo de visão sobre as questões familiares? Uma delas é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O PT quer ‘revogar’ os preceitos bíblicos?

NA FERIDA: Deputado Paulo Duarte (PSB) contra as sacanagens das prestadoras de serviços de internet com velocidade inferior ao contratado. Elas não lançam os dados da fatura mensal e nem especificam a média diária dos serviços para o aferimento com o envio de dados e a velocidade diária. Se ele faz seu papel na defesa do consumidor, falta o Procon agir.

VICIADOS: Brasileiros usam até cartão de crédito em apostas de jogos do futebol. Gastam antes mesmo de receberem o salário. Nos últimos 12 meses, perderam R$ 23,9 bilhões em apostas das’ bets’ – grana equivalente a 1,9% da massa salarial do país. É só um lado do jogo legalizado com ‘cara de inocente’ em propagandas da tevê.

DE VOLTA: Pasmem! Eduardo Cunha, José Roberto Arruda, Anthony Garotinho e Paulo Maluf serão beneficiados do Projeto de Lei que deve passar no Senado alterando os prazos de inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa. O mais ‘interessante’ deste PL corporativista é que sua autora é a deputada Dani Cunha, filha do ex-presidente da Câmara. E nós, pensando que estaríamos livres deles para sempre.

AS 10 CIDADES MAIS SEGURAS DO PAÍS:

1-Jaraguá do Sul – SC (2,3 assassinatos/100 mil habitantes)

2-Salto – SP (3,1 assassinatos/100 mil habitantes)

3-Várzea Paulista – SP (3,5 assassinatos/100 mil habitantes)

4-Botucatu – SP (3,5 assassinatos/100 mil habitantes)

5-Indaiatuba – SP (3,5 assassinatos/100 mil habitantes)

6-Brusque – SC (3,5 assassinatos/100 mil habitantes)

7-Araraquara – SP (3,9 assassinatos/100 mil habitantes)

8-Votorantim – SP (4,5 assassinatos/100 mil habitantes)

9-Lavras – MG (4,8 assassinatos/100 mil habitantes)

10-Poá – SP (5,1 assassinatos/100 mil habitantes).

Fonte - Manoel Afonso