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16/05/2025 às 14:28, Atualizado em 16/05/2025 às 15:31

Após reabilitação, onça-pintada capturada no Pantanal é transferida para santuário em São Paulo

Durante os 21 dias no CRAS, a onça-pintada foi submetida a exames clínicos, como raio-x, ultrassonografia e hemogramas

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Foto: Saul Schramm/Secom Gov MS

Depois de três semanas sob cuidados veterinários no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS), a onça-pintada capturada no Pantanal foi transferida para o Instituto Ampara Animal, em Amparo (SP), nesta quarta-feira (15). O felino, um macho adulto com cerca de 9 anos, chegou ao CRAS debilitado, com 94 kg, e deixou o local pesando 107 kg, após um intenso processo de recuperação nutricional e clínica.

A captura do animal ocorreu em 24 de abril, nas proximidades do pesqueiro Touro Morto, onde os rios Miranda e Aquidauana se encontram, no coração do Pantanal sul-mato-grossense. A operação foi realizada pela Polícia Militar Ambiental (PMA), com apoio do pesquisador Gediendson Araújo, especialista em fauna de grande porte pelo projeto Reprocon, além do Imasul, UFMS e ICMBio.

Segundo a veterinária Aline Duarte, coordenadora do CRAS e gestora do Hospital Veterinário Ayty, o animal chegou ao centro com sinais de desidratação e baixo peso. Exames iniciais apontaram alterações agudas, que foram estabilizadas ao longo do tratamento.

“Oferecemos uma rotina alimentar rica em carne, além de medicamentos e suplementos, como hepatoprotetores. Felizmente, ele não apresentava nenhuma condição crônica grave e respondeu muito bem ao tratamento”, explicou Aline.

A onça agora vive em um recinto amplo e protegido no Instituto Ampara Animal, que mantém oito onças em cativeiro, sendo cinco pintadas e três pardas. O local, voltado exclusivamente à conservação e bem-estar animal, abriga espécies silvestres que não têm condições de retornar à natureza devido a traumas, intervenções humanas ou problemas de saúde.

“Nossos recintos são grandes, com mata nativa preservada, cercas reforçadas e o mínimo de interferência humana. Queremos proporcionar o ambiente mais natural possível para esses animais”, explicou o veterinário Jorge Salomão, responsável técnico da Ampara Silvestre.

Ele destacou ainda que o local não é aberto à visitação pública, justamente para preservar o bem-estar das espécies e manter o comportamento natural dos animais.

Considerada símbolo do Pantanal e um dos maiores predadores do continente, a onça-pintada (Panthera onca) é um indicador-chave de um ecossistema saudável. Sua presença em áreas naturais demonstra o equilíbrio da cadeia alimentar e a qualidade ambiental do bioma.

“É uma honra poder cuidar de um animal tão emblemático, que representa a biodiversidade e a riqueza do nosso Estado”, afirmou Aline Duarte. “A presença dessa onça aqui reforça nosso compromisso com a fauna pantaneira.”

Durante os 21 dias no CRAS, a onça-pintada foi submetida a exames clínicos, como raio-x, ultrassonografia e hemogramas, além de ser monitorada constantemente por uma equipe que é referência nacional no cuidado com animais silvestres do Pantanal.

“Foi uma experiência muito positiva. Pudemos cuidar, recuperar e dar destino adequado a um animal de extrema importância para a nossa fauna”, finalizou Aline.

Com informações da assessoria de comunicação do Governo de MS

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