Publicado em 19/03/2024 às 10:00, Atualizado em 18/03/2024 às 22:52

Após casos de racismo no Estadual, Federação faz reunião para discutir ações

A reunião foi sediada na sede da FFMS e o Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro estava presente

Redação,
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Nota de repúdio foi entregue para a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (Foto: Gabriel de Matos)

A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) fez reunião nesta segunda-feira (18) para discutir ações de combate ao racismo. O evento foi na sede da instituição responsável pelo futebol do Estado e reuniu representantes do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro, da Prefeitura de Campo Grande e da Acems (Associação dos Cronistas Esportivos de MS).

A reunião durou cerca de uma hora. Da Federação, participaram o atual presidente Francisco Cezário e o vice-presidente Marcos Tavares. Ambos destacaram que repudiam quaisquer ações de injúria racial nas competições que organiza.

As discussões vêm após dois casos ocorridos no Campeonato Sul-Mato-Grossense Série A de futebol masculino de 2024. O primeiro envolveu a invasão de campo por parte de um policial militar e depois ameaças a um atleta da Portuguesa no jogo diante do Náutico pela primeira fase do Estadual.

A confusão envolvendo jogadores da Portuguesa e policiais militares ocorreu por volta dos 19 minutos do 1º tempo. Após a arbitragem comandada por João Bosco Rodrigues Echeverria marcar pênalti, jogadores da Lusa passaram a questionar a decisão. Enquanto o árbitro se reunia com um dos assistentes, dois policiais militares entraram em campo com arma em punho. Um deles puxou Vinicius pelo braço e o conduziu por alguns metros. Vinícius questionou e o PM teria continuado. "Eu te prendo, nego".

O mais recente envolveu o árbitro Rosalino Francisco Sanca. O médico do Costa Rica na partida diante do Operário no Estádio Laertão falou que “Esse neguinho gosta de confusão”. O caso foi registrado como injúria racial.

O presidente da FFMS, Cezário, disse que a instituição já está no combate ao racismo desde que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) lançou a própria campanha. Ele citou que cada pessoa deve ser punida pelos seus atos individuais.

"Somos parceiros, nos colocamos à disposição, estamos prontos para estarmos juntos em qualquer projeto que a entidade que nos visitou. Acho que não é um papel só do futebol, é um papel de toda a sociedade sobre o processo, quer seja no trabalho, quer seja na convivência, quer seja em todos os sentidos do social, eu sou parceiro", disse Cezário.

Cezário complementou que está à disposição e coloca toda a diretoria da FFMS para as ações que devem ser sugeridas pela presidente do Fórum, Romilda Pizani. Ela destacou que a reunião cumpriu o objetivo de entregar a nota de repúdio (imagem abaixo) e avaliou como positiva a recepção por parte da Federação.

"Em primeiro momento a nossa conversa foi uma conversa para nos apresentarmos a essa federação e dizer que esse movimento do qual insiste em dar continuidade, que é no racismo estrutural, nós somos totalmente contra isso, não só pelo que aconteceu com o Sanca, pelo que aconteceu com o Vinícius, mas pelo que vem acontecendo a nível mundial", explicou.

A proposta é que ações de combate ao racismo sejam divididas em dois semestres neste ano. No primeiro, "foi proposto que haja palestras, que haja conversas com as pessoas, com os profissionais. Além disso, entregas de camisetas panfletos e materiais informativos, informando as pessoas aonde elas têm que ir quando sofrerem injúria".