A Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena) comemorou, nesta quinta-feira (5), 35 anos de atividades em defesa da Mata Atlântica, com um plantio de mudas de árvores nativas em uma área de reserva florestal, no Parque Apoena, às margens do Rio Paraná, em Presidente Epitácio (SP).
Fundada em 1988, por meio da mobilização de profissionais de diferentes áreas, a Apoena é a primeira Organização Não Governamental (ONG) ambientalista do Pontal do Paranapanema.
De acordo com o presidente da associação, o jornalista Djalma Weffort, a entidade tem se dedicado a projetos de "restauração florestal, pesquisas ecológicas, educação ambiental e formulação de propostas para as políticas públicas na área socioambiental e enfrentamento da crise climática".
"[A Apoena] defende historicamente a ampliação e criação de novas unidades de conservação e a instituição do Corredor de Biodiversidade do rio Paraná que protege a Mata Atlântica e os ecossistemas associados a várzeas e Cerrado na bacia hidrográfica do Alto Paraná, no chamado Corredor Trinacional do Mercosul", destacou ao g1 Weffort.
O nome foi "emprestado" da linguagem dos indígenas tupis-guaranis e significa "recuperar", “refazer” e “ver na frente”. Além disso, a nomenclatura tem analogia com a palavra Paraná “irmão do mar”, na expressão poética das comunidades tradicionais que habitavam o Oeste Paulista.
“Nos primórdios, ficou nacionalmente associada à luta da sociedade contra os danos ambientais que seriam provocados pela construção da Usina Hidrelétrica [do distrito] de Porto Primavera e, desde então, não parou. [A Apoena] participou ativamente das principais conquistas de compensação ambiental, como a criação dos parques estaduais do Rio do Peixe e Aguapeí, e a restauração do remanescente da Reserva Estadual Lagoa São Paulo, no Estado de São Paulo”, explicou.
Em conjunto com outras instituições, a associação propôs a construção de dispositivos para transposição de peixes e sugeriu o rebaixamento da cota de operação da hidrelétrica que poupou 40 mil hectares de áreas na iminência de serem submersas.
“Nos tempos mais recentes, tem se dedicado a projetos de restauração florestal, pesquisas ecológicas, educação ambiental e formulação de propostas para as políticas públicas na área socioambiental e enfrentamento da crise climática. Tornou-se Unidade Regional (UR) da Restauração da Mata Atlântica. É integrante da Rede de ONGs da Mata Atlântica e mantém representação ambientalista no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e nos vários conselhos consultivos nas unidades de conservação do Oeste Paulista”, destacou o presidente ao g1.
A Apoena é reconhecida como entidade de utilidade pública por lei municipal, signatária do Protocolo Climático Paulista (COP 21), em Paris, e já recebeu os prêmios Mico-leão-preto de Biodiversidade (2012) e Muriqui (2020) pela Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA).
Também participou do fórum paralelo de ONGs, na Eco-92, no Rio de Janeiro, da fundação da Rede Aquífero Guarani e do Diálogo Florestal, para a Mata Atlântica, e do Conselho Consultivo do Sistema de Informação e Gestão de Áreas Protegidas e de Interesse Ambiental do Estado de São Paulo (SIGAP).
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