Buscar

09/12/2022 às 11:00, Atualizado em 09/12/2022 às 11:29

AMPLAVISÃO: Os desafios da oposição para sobreviver e crescer

Por Manoel Afonso

Cb image default
Divulgação

OPOSIÇÃO: Sobre eventuais ‘heróis da resistência’, um amigo ironiza: os políticos não aguentam a ‘salmoura’ da oposição. E neste calor então - ela judia! As previsões é que alguns oposicionistas ‘virem a casaca’ antes mesmo do ano novo; outros no máximo até o carnaval. Tem gente doidinha só esperando um sinal para aderir.

A PROPÓSITO: O notável Mario Sergio Cortella acerta em cheio em sua dissertação sobre o papel e significado da oposição em se tratando da política e da administração pública em todos os níveis. Diz Cortella: “Uma oposição frágil fragiliza um governo. Um concorrente burro te embrutece! Um adversário fraco te enfraquece. ” É por aí...

‘OLHA O TREM!” Jornalistas sem vocação para o governismo já estão ironizando o número de integrantes da ‘Equipe de Transição’. Segundo cálculos eles já passaria de mil, sendo uma parte de voluntários e outra com remuneração máxima de R$17 mil, além do direito ao reembolso das despesas. A comparação com o ‘trem da alegria’ é inevitável.

‘ALÔ VOCÊ”! Sem destilar insinuações, mágoas e críticas, o deputado Marçal Filho (PP) fez na tribuna balanço de seu mandato: 693 proposições, das quais 461 indicações e 79 projetos – dos quais 54 convertidos em leis. Confessa seu alinhamento ao governador Reinaldo para tentar a prefeitura de Dourados em 2024. Vamos sentir a falta dele.

PROJETO: Político tem que ter projeto, aceitar desafios, sob pena de perder espaço. Após a derrota no pleito municipal de Dourados o deputado Barbosinha continuou altivo e aceitou a indicação para ser o vice de Riedel. Veio a vitória e agora admite o projeto de tentar uma vaga no Senado. Detalhe: ele manifesta sua identidade política com o governador.

EM FRENTE: Café amigo com o deputado Evander Vendramini (PP), protagonista de mandato operoso pela região pantaneira. Faltou-lhe estrutura para a reeleição; atendeu aspirações antigas de Porto Esperança, Albuquerque e Forte Coimbra. Centrado, de cabeça erguida, admite que aprendeu muito e disputará a prefeitura da sua Corumbá. Tem tutano!

ESTÍLO: Cada político tem o seu. O deputado Rinaldo Modesto mantém a mesma postura em partidos diferentes e defende que o político deva ter a visão equilibrada do cenário, sem postura radical e ineficiente. Admite que ao longo dos mandatos deixou de levar vantagens políticas para evitar atritos e não se violentar. E arremata: “Sou da paz”!

‘A TERRA’: Ela será o desafio maior na relação futura do PT e o Governo Estadual. A população indígena (2ª. do país) é superior a 80 mil habitantes de 8 etnias em 29 municípios. Seus problemas sangram. O PT deseja mais que cargos no Governo: quer estrutura financeira e apoio do Governo para evitar ou resolver conflitos entre índios e fazendeiros.

E MAIS... O futuro governo pretende usar desta pretensa relação harmoniosa com o PT Guiacuru para estabelecer vínculos com o Planalto. Afinal no contexto em que é discutido meio ambiente e agronegócio, o Mato Grosso do Sul tem uma participação importante. As intervenções dos representantes do PT importarão muito em algumas situações. Pelo menos presume-se.

SURPRESA? Nem tanto assim. O jogo está aberto para 2024. Nesta semana ouvi na Assembleia Legislativa o ‘zum zum’ da candidatura do governador Reinaldo à prefeitura da capital, quando ele teria 61 anos de idade. Convenhamos, entre comandar a capital e frequentar o senado na distante e fria Brasília, a primeira opção seria mais atrativa.

LEITE DERRAMADO: No comércio o litro do leite custa o olho da cara. Já o produtor recebe só R$1,50 no curral. No MS, nos últimos 10 anos a produção caiu 41,13% e nos 3 primeiros meses de 2022 diminuiu 12,48%. Não por acaso o deputado Renato Câmara (MDB) alertou os colegas depositando esperança no futuro governador (baixar o imposto) para reverter a situação.

ESPECULAÇÃO? Alguns nomes já são citados com chances de ocuparem secretarias e cargos no alto escalão do ‘Governo Riedel’. É possível que sejam confirmados, não só pelo perfil deles como também levando-se em conta que o nosso universo de nomes disponíveis e habilitados seja um tanto quanto restrito. Portanto vale citá-los abaixo.

JR. MOCHI: Na conversa com o deputado eleito – na Assembleia Legislativa - sobre a postura da senadora Simone Tebet (MDB) em relação a eventual participação dela no futuro Governo Lula - ele foi de uma naturalidade a toda prova ao dizer que ‘ela não representa o MDB do Mato Grosso do Sul em seu projeto pessoal’. Conclusão: ela em alta no Planalto e em baixa aqui.

SEMADESC: Ricardo Senna; Sefaz: Flávio Cesar de Oliveira; Pedro Caravina: Infra-estrutura; Beto Pereira: Sedhas; João Mattogrosso: Setescc; José Carlos Barbosa: Casa Civil; Eduardo Rocha: SEGOV. Quanto as demais (4) secretarias – Administração, Educação, Saúde, Sejusp estariam reservadas para representantes de partidos aliados.

MUSCULATURA: Em certas situações da política, seus personagens precisam demonstrar competência e experiência como fatores decisivos. Nestas eleições da mesa diretora do Legislativo Estadual pesam também a capacidade de agregar, as relações com o Governo e a questão partidária. Neste cenário o deputado Paulo Corrêa é o favorito para a 1ª. Secretaria.

BICO CALADO: Sobre o recente episódio no Tribunal de Contas, culminando inclusive com o afastamento de 3 conselheiros, alguns deputados questionados, optaram pela cautela defensiva mineira do silêncio. Mas todos eles são bem informados sobre tudo que ocorre nos bastidores dos poderes. Estão à frente dos meios de comunicação.

SIM OU NÃO? O deputado Lucas de Lima deve aceitar o convite do PDT para tentar a prefeitura da capital em 2024? Uns acham que queimaria etapas antes de amadurecer mais e formar seu grupo. Para outros deve disputar eleições para manter a visibilidade e crescer. Lembro, ele foi o mais votado em Campo Grande para a deputado estadual e está na mídia.

1-RADAR: As últimas eleições da capital mostram o quanto ela é complicada e às vezes influencia (ou é influenciada) o cenário estadual. Os fatos políticos relevantes que ocorrem aqui irradiam para o interior. Hoje temos um quadro e alguns protagonistas, mas ao longo de 2023 e 2024 mudanças podem ocorrer por fatos diversos. Funciona assim.

2-RADAR: Como Lula já adiantou – mesmo antes de tomar posse – de que não será candidato a reeleição, já existe uma bolha de preocupação no núcleo radical do PT sobre a sucessão presidencial. Na outra ponta a pergunta: conseguirá Alckmin, com sua postura ao estilo mineiro, participar efetivamente do Governo e encantar a ‘cumpanheirada’?

SACADAS DIGITAIS:

Vereadores rumo à Brasília. A diária é maior!

“Bom político é mal parente. “ (Geraldo Alckmin)

Naquele tempo os milicos viam comunismo em tudo. Nem rosas podiam ser vermelhas. (Nelson Padrella)

“Lula, o metalúrgico, dá sempre a impressão de que acabou de inventar a revolução industrial”. (Telmo Martino)

No Brasil, nem a esquerda é direita. (José Simão)

“Não quero prejulgar, mas do jeito que a imprensa mostra fica a nítida impressão de que Lula transformou a transição no maior trem da alegria da história do País. Dizem que vai faltar Brasil pra tanta gente”. (jornalista Dante Filho)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.