Publicado em 16/09/2022 às 12:30, Atualizado em 16/09/2022 às 13:06
Por Manoel Afonso
PASSOS LENTOS: Estive com Leite Schimidt, eleito deputado estadual em 1974 e Cleomenes N. da Cunha, eleito deputado estadual em 1966/1970/1974, último presidente da Assembleia Legislativa ( do MT-uno) sucedendo Paulo Saldanha que renunciou para tomar posse como deputado estadual no MS. Explico: vários deputados, no último ano de mandato em Cuiabá, eram candidatos aqui. Hoje, Schimidt e Cleomenes acompanham de longe a campanha eleitoral.
REMANESCENTES: Dos 24 integrantes daquela legislatura mato-grossense estão entre nós, além dos dois citados acima – Londres Machado (único com mandato parlamentar), Ruben Figueiró, Sergio Cruz, Paulo Saldanha, Valter Pereira e Cecílio J. Gaeta (reside em Nobres-MT) Em 1974 Garcia Neto foi nomeado Governador e Cassio L. de Barros (Corumbá) vice governador, que assumiu o Governo em 1978 com a candidatura de Garcia ao Senado.
MUDANÇAS: A tendência é que na próxima legislatura tenhamos bancadas com menor número de deputados. A previsão decorre do ‘emagrecimento’ das bancadas dos partidos tradicionais pela pulverização partidária que tem elegido bancadas menores. Aquelas bancadas que polarizavam por força do bipartidarismo ‘contra e a favor’ do Governo é passado.
‘FIGURINHAS’: Quando a gente pensava que ficaria livre delas, voltaram nestas eleições. A propósito, carro de som assustou os moradores do nosso bairro com a propaganda de candidato que há anos se mudou da região. Vários os motivos: massagem do ego, algum tipo de vantagem futura, falta de autocrítica pelo baixo desempenho em pleitos anteriores.
REFLEXÃO: Será que o mandato parlamentar ainda mantém aquele charme de poder de antigamente ou acabou se desgastando ao longo dos últimos anos com tantos escândalos e denúncias pelo Brasil afora? Em muitas situações políticos tem sido motivos de piadas, chacotas e críticas mordazes. O pior é que fomos nós que os colocamos lá.
BASTA! Candidatos estreantes menos avisados ou desinformados, inserindo na lista de propostas a criação de leis, segundo eles, com o objetivo de melhorar nossa vida e vencer alguns desafios. Ora! Cumpre-nos alertá-los de que o Brasil e o Mato Grosso do Sul têm leis em excesso, muitas delas inexequíveis por motivos diversos.
“POR UNA CABEZA”: A disputa por vaga na Assembleia Legislativa enseja citar a canção memorável de Gardel. A concorrência entre candidatos do mesmo partido e ou coligação é tal que alguns postulantes poderão ficar de fora por falta de pouco mais de meia dúzia de votos. É o que mostram as pesquisas. Como no turfe, surpresas ocorrem na reta final.
LOUCURAS: Às vezes de nada adianta o candidato ir bem, se os seus companheiros de legenda não contribuírem. O critério do quociente eleitoral tem produzido ao longo das eleições verdadeiras aberrações. E convém lembrar que ainda temos a utilização das nebulosas sobras dos votos dos eleitos que podem ajudar candidatos de votação baixa a se elegerem. Espere pra ver!
1-CARONISTAS: São muitos os candidatos a deputado estadual e federal tentando colar a sua imagem ao presidente Bolsonaro para colher dividendos nas urnas. Mas não é tão simples assim passar essa pretensa intimidade entre eles. É preciso haver vários fatores que caracterizem ou justifiquem esse enlaçamento entre o cidadão comum e o Presidente da República. Sei não...
2-CARONISTAS: A mesma pratica vem sendo adotada pelos candidatos do PT e de partidos coligados exagerando no destaque a figura do candidato Lula. Eles investem na imagem do ex-presidente com argumentos nem sempre convincentes, como se o eleitor não tivesse o real discernimento para separar pessoas, capacidade, diferença de situações e de cenários.
‘BALANCÊ’: Como as anteriores, o ritmo da campanha entre os postulantes ao Governo principalmente, vai se transformando. Os discursos mudam de tom e focam determinados assuntos para atingir um e outro adversário com objetivos óbvios. Nos últimos dias a guerra eleitoral tem ficado mais incisiva e agressiva, inclusive nas redes sociais.
ESMERIL: Candidatos afiam as facas exercitando o cálculo para saber que terá pela frente no 2º turno e preservando outros concorrentes na intenção de atraí-los para seu lado. É assim que funciona: aumenta o peso do discurso contra alguns candidatos e evita usar o mesmo critério contra possíveis aliados no segundo turno. Uma dosimetria que
requer tato.
SAIA JUSTA: O candidato a Governador pelo PCO - indígena Magno Souza melhorou a performance nos debates e entrevistas. No debate da ‘Fetems’, ao seu estilo destilou a pérola que arrancou aplausos/risos ao dizer: “Já que tamos na brincadeira mesmo, é melhor ‘nóis’ sorrir do que ficar bravo um com o outro - porque nessa disputa aqui todo mundo é errado - ninguém é santo pelo que tô sabendo...”
LIÇÕES: Duas delas bem vivas e que merecem registro aqui no Mato Grosso do Sul. A primeira em 2014: Delcídio do Amaral, após o 1º turno avassalador (mas insuficiente) acabou perdendo no 2º turno para Reinando Azambuja. A segunda foi em 2018 com o estreante ex-juiz Odilon, que no 2º turno chegou a 47,65% dos votos válidos contra o vencedor Reinaldo.
‘INESQUECÍVEIS’: Em 2018, de cada 4 senadores que tentaram a reeleição, 3 não conseguiram. Na Câmara a renovação foi de 51%. Favoritos ao Governo nas pesquisas perderam em Minas Gerais, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Os cientistas políticos justificaram que o país ‘virou a direita’ e votou contra o PT. Agora é hora de conferir: o eleitor continua o mesmo?
HIPOCRISIA: Só elogios para Elizabeth II. Não se fala da omissão dela em episódios sangrentos envolvendo interesses do Reino Unido na Índia, Quênia, Uganda, Tanzânia, África do Sul, Egito, Sudão, Gana, Nigeria, Somália, Zâmbia, Zimbáue e Austrália. O forte poder da mídia britânica, tratou o reinado dela como um ingênuo conto de fadas. A rainha e a mídia são cumplices.
MARCHA LENTA: Ao observar por minutos as ações dos apoiadores dos candidatos em pontos tradicionais do centro de Campo Grande, deu para concluir que os motoristas não permitem a adesivagem. Uma mostra inequívoca do clima de certa apatia que ainda reina no seio do eleitorado. Será que nesta reta final do 1º turno as coisas melhorem? Talvez sim, talvez não!
MINEIRICE:
“Nenhum dos dois é o perfil que eu gostaria de ver presidindo o Brasil. Agora, eu terei sempre uma dificuldade enorme de compreender que o retorno do PT possa fazer bem ao Brasil”. Essa a reposta do deputado federal Aécio Neves (PSDB) a pergunta se apoiaria Lula ou Bolsonaro num eventual segundo turno.
A franqueza do candidato indígena Magno Souza:
“ (-)...nessa disputa aqui todo mundo é errado - ninguém é santo pelo que tô sabendo...”