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19/08/2024 às 09:00, Atualizado em 18/08/2024 às 20:52

Ajustes no Minha Casa Minha Vida dão fôlego adicional ao negócio, cita MRV

No começo do mês, o Conselho Curador do FGTS ordenou mais R$ 22 bilhões do orçamento do fundo para abastecer os financiamentos ao programa habitacional

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Se o MCMV continuar muito acelerado nas contratações, entretanto, poderá ser necessário um complemento adicional em novembro ou dezembro. - Arquivo/ Paulo Ribas

Com o recorde nas vendas de imóveis no segundo trimestre, a MRV&Co espera continuidade do ciclo positivo de negócios, o que foi reforçado pelos mais novos ajustes no Minha Casa Minha Vida (MCMV).

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da MRV&Co, Ricardo Paixão, as vendas no terceiro trimestre estão boas, mantendo o ritmo visto nos meses anteriores.

No começo do mês, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ordenou mais R$ 22 bilhões do orçamento anual do fundo para abastecer os financiamentos ao programa habitacional.

Além disso, o Ministério das Cidades atualizou as faixas de renda dos beneficiários.

Com isso, o limite da faixa 1 foi de R$ 2.640 para R$ 2.850; por sua vez a faixa 2 passou de R$ 4.400 para R$ 4.700, enquanto a 3 seguiu em R$ 8.000.

Paixão - durante entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) - estimou que essas medidas foram positivas e ajudarão os negócios. "O governo tem mostrado comprometimento de que não faltará funding para o Minha Casa Minha Vida", disse, "Estamos confortáveis com isso."

O acréscimo de R$ 22 bilhões para o MCMV visa fazer frente ao volume aquecido de contratações no programa e dão segurança para a empresa de que haverá recursos para financiamento mais adiante "Esse complemento dá fôlego para mais alguns meses", comentou.

Se o MCMV continuar muito acelerado nas contratações, entretanto, poderá ser necessário um complemento adicional em novembro ou dezembro.

Isso não deve ser problema, pois há espaço no FGTS para realocar sobras do orçamento das áreas de saneamento e infraestrutura no fim do ano, na avaliação do diretor.

Por sua vez, o ajuste nas faixas de renda foi importante para adequar o programa ao público comprador, disse Paixão, prevendo potencial para aumentar a velocidade e subida do preço de venda.

Ele também aponta que será possível reduzir a concessão de financiamento direto ao cliente (o chamado pro soluto).

Na MRV, a expectativa é de aumentar a quantidade de vendas na faixa 1 em torno de 10% a 12% com a ampliação do público elegível.

Já a ampliação da faixa 2 deve atrair uma parte dos consumidores que hoje estão na faixa 3, segmento em que não há subsídios. "Esses clientes vão poder pegar um financiamento com juro menor", previu.

Na entrevista, o diretor financeiro destacou ainda que a margem bruta das novas vendas de imóveis continua em expansão, combinando um ambiente de custos de construção praticamente estáveis e a subida de preço nas vendas de imóveis.

Segundo ele, há uma pressão maior dos custos de mão de obra apenas em São Paulo, onde o mercado está mais aquecido. Já nas outras regiões, a situação está normal.

Metas

Paixão afirmou ainda que a direção da MRV&Co está "super confiante" para alcançar os guidances (projeções) estabelecidos para o ano.

A receita líquida na divisão da MRV fechou o primeiro semestre em R$ 3,9 bilhões, ante uma previsão para o ano de R$ 8 bilhões a R$ 8,5 bilhões. A margem bruta bateu em 26%, dentro do previsto.

O lucro líquido no semestre foi a R$ 130 milhões, ante uma meta anual de R$ 250 milhões a R$ 290 milhões.

Já a alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) foi de 40,9% no semestre, enquanto a meta é de 36% a 34% no ano.

Segundo Paixão, a geração de caixa deve acelerar fortemente neste semestre, contribuindo para equalizar a alavacangem.

A geração de caixa no primeiro semestre foi de R$ 32 milhões, ante uma previsão no ano de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões, que está mantida, disse.

Com informações do Correio do Estado

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