O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu o Santos por conta dos incidentes ocorridos na Vila Belmiro, no dia 21 de junho, no segundo tempo do clássico com o Corinthians.
O clube foi condenado a perda de mando de campo e portões fechados por oito partidas no Campeonato Brasileiro. Além disso, foi aplicada uma multa de R$ 80 mil.
No entendimento da 5ª Comissão Disciplinar do STJD, que julgou o caso, o Santos já cumpriu uma partida de punição na partida contra o Flamengo, pela 11ª rodada do Brasileirão.
O duelo contra o Goiás, neste domingo, será mantido na Vila Belmiro devido a falta de tempo hábil para alterar o local de disputa.
Com isso, as partidas contra Botafogo, Athletico-PR, Grêmio, Cruzeiro, Vasco da Gama e Red Bull Bragantino devem ser disputadas a 150 km de distância da Vila Belmiro. O clube vai recorrer da decisão.
O Santos foi indiciado com base nos parágrafos I e III artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:".
I — desordens em sua praça de desporto;
III - lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo.
O relator do caso, Eduardo Mello, explicou que o pedido pela perda de mando de campo se deu após relatos de possíveis manifestações da torcida do Santos na partida contra o Flamengo, quando o STJD já havia suspendido a presença nas arquibancadas da Vila Belmiro.
– Entendo pela condenação. Portões fechados e perda de mando de campo. No jogo seguinte, entre Flamengo e Santos, ouvia-se um helicóptero rondando a Vila e a explicação dada por jornalistas é de que havia ameaças próximas. É um estádio rodeado por casas. Se não determinar perda de mando de campo isso pode continuar ocorrendo. Colocar em risco quem mora próximo e quem está trabalhando no estádio. A gente não quer punir o Santos. O Santos foi prejudicado pela sua própria torcida.
O voto do relator foi acompanhado pelo auditor João Gabriel Maffei e pelo presidente da 5ª Comissão Disciplinar do STJD, Otacílio Soares de Araújo Neto.
– O Santos está tentando previnir, reprimir, mas não está conseguindo. Ali foi a bomba, o medo. Os membros (do STJD) colocaram aqui essa situação só vai parar quando alguém morrer. Está chegando num ponto que precisamos darmos um basta. O basta só será dado com punições severas, duras. Senão não tem como – disse o presidente da 5ª Comissão Disciplinar.
Os auditores Vanderson Maçullo e Alessandra Paiva haviam pedido que o Santos fosse condenado apenas por portões fechados e em seis partidas, já que a intenção não era punir o clube, mas a torcida, e que o Peixe já teria prejuízos com a decisão, mas foram voto vencido.
Polícia entra em confronto com torcedores do Santos na região da Vila Belmiro
Inicialmente, Otacílio Soares de Araújo Neto determinou que seriam só portões fechados, já que havia sido informado sobre a dificuldade da Polícia Militar do estado de São Paulo para garantir a segurança em estádios com uma estrutura menor do que a Vila Belmiro.
Porém, o advogado Marcelo Mendes, que representava o Santos, contestou dizendo que a contagem de votos estaria errada e que, na verdade, a punição deveria ser de seis jogos, já que a maioria teria votado assim.
Para evitar maiores discussões, o presidente da 5ª ª Comissão Disciplinar do STJD optou por seguir o voto do relator na íntegra.
Fonte - GE
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