Publicado em 30/06/2013 às 10:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Enquanto manifestantes no Brasil protestam contra o uso de dinheiro público em obras de estádios da Copa do Mundo de 2014, na Rússia, isso não é um problema. Sede do Mundial de 2018, o país já admitiu que o investimento governamental pagará ao menos parte de 11 das 12 arenas que serão usadas no torneio, o qual já tem um custo estimado de cerca de US$ 21 bilhões (R$ 46 bilhões).
O valor foi informado neste sábado pelo diretor geral do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2018, Alexey Sorokin. Ele foi nesta manhã ao Maracanã e apresentou o projeto russo para o Mundial da Fifa.
Segundo Sorokin, os cerca de R$ 46 bilhões pagarão em aeroportos, mobilidade, hotéis e, claro, estádios necessários para a Copa de 2018. Nesse valor, estão incluídas as previsões de investimento do governo federal russo, dos governos locais e do setor privado do país para a realização do Mundial.
No Brasil, esses investimentos somam hoje cerca de R$ 28,1 bilhões cerca de 40% a menos do que o previsto na Rússia. De acordo com o governo federal, ainda é possível que o custo da Copa do Mundo no Brasil atinja os R$ 33 bilhões. Mesmo assim, isso ainda será 28% menos do que a Rússia já se propôs a gastar.
Na Rússia, hoje, só uma arena que será usada em 2018 já está pronta. Sete ainda estão em fase de projeto e cinco, em construção. De acordo com Sorokin, no entanto, os prazos para as obras não preocupam já que o planejamento foi feito cedo. "Nós planejamos a Copa cedo e estamos iniciando as obras cedo", afirmou.
O diretor do COL disse que até as modificações na legislação da Rússia necessárias para a Copa já foram realizadas. Lá, a chamada Lei Geral da Copa já foi sancionada pelo presidente Vladimir Putin. Leis que permitirão torcedores estrangeiros entrar no país sem visto e até normas para que o transporte entre cidades seja gratuito para quem tem um ingresso da Copa também já foram aprovadas.
"Queremos que o torcedor possa viajar de uma cidade para a outra de graça, 18 horas antes e depois de qualquer jogo", complementou. "Não me pergunte como faremos isso. Ainda não sei. Mas faremos."
Parte das leis já aprovadas na Rússia terão validade também para a Copa das Confederações, em 2017. Diferentemente do Brasil, o torneio da Rússia não terá jogos em seis cidades, mas em quatro: Moscou, Sochi, Kazam e São Petersburgo.
Questionado sobre a Copa das Confederações do Brasil, Sorokin fez elogios, mas evitou falar sobre os protestos. Sobre o uso de dinheiro público nos estádios ou outras obras da Copa, entretanto, ele foi mais enfático: "Não é dinheiro que está sendo gasto com casas ou iates. É para o futebol, esporte número um no nosso país", afirmou.