A Fifa anunciou nesta segunda-feira (6) a criação de um pacote de medidas para tentar combater casos de racismo no futebol. O plano da entidade que dirige a modalidade é estabelecer regras universais, que se apliquem em todos os níveis. A implantação dessa espécie de "código de conduta" será votada no próximo Congresso da Fifa, no fim do mês, em Maurício, na África.
O plano tem três pontos principais. O primeiro é ter um funcionário da Fifa em cada estádio para identificar atos racistas nas torcidas e, assim, "aliviar a pressão sobre os árbitros e auxiliares".
O segundo ponto é ter uma lista de punições a serem aplicadas. Para o que a entidade considera "delitos menores" ou "primários", as penas seriam basicamente financeiras -multas, advertências, jogos com portões fechados para a torcida. Os casos considerados graves ou as reincidências seriam punidos com perda de pontos, desclassificação de torneios e até rebaixamento.
O terceiro ponto do plano da Fifa é justamente responsabilizar os clubes e as federações pelo comportamento de jogadores, funcionários e até dos torcedores.
Pressão
Há quatro anos, a Uefa divulgou suas orientações para os árbitros caso percebam atos de racismo em campo. Eles deveriam, primeiro, parar o jogo e pedir para o sistema de som do estádio advertir os torcedores, depois, suspender a partida por algum tempo e, finalmente, dar o jogo por encerrado.
Hoje, o árbitro Howard Webb, que apitou a final da última Copa do Mundo, afirmou que "os árbitros precisam de ajuda" porque "estão prestando mais atenção no que se passa em campo".
Daí a proposta da Fifa de ter pelo menos um observador nas arquibancadas, para ajudá-los nesse trabalho. Foram muitos os casos de racismo no futebol nos últimos anos.
Os ingleses Ashley Cole e Ashley Young sofreram ofensas desse tipo durante a Eurocopa de 2012, disputada na Polônia e na Ucrânia. Astros como o italiano Balotelli e o camaronês Samuel Etoo também já foram vítimas de insultos racistas.
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