Publicado em 23/03/2013 às 16:00, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Termina nesse domingo (24) a primeira fase do Campeonato Estadual de futebol. Seis times estão garantidos nas quartas-de-final, enquanto outros cinco brigam por duas vagas. Para Corumbaense e Serc de Chapadão será a melancólica despedida da primeira divisão.
O rebaixamento é fruto de pouco investimento público e privado. A folha salarial da Serc, por exemplo, girou em torno de R$ 35 mil ao mês. A grande ajuda ainda veio da Prefeitura, argumenta o presidente do clube, João Félix.
Com poucos recursos, as contratações também tiveram que ser modestas. Conforme Félix, o salário dos 26 jogadores que compõem o elenco foi fixado entre R$ 750,00 e R$ 1,3 mil. Os valores desmentem os altos salários, comparados com grandes clubes do eixo Rio-São Paulo. Se compararmos com outras profissões, os jogadores da Serc recebem o equivalente a média de salário de um servente, por exemplo, que fatura entre R$ 720 e R$ 952, de acordo com a Funsat (Fundação Social do Trabalho).
O presidente da Serc aponta que o início do Estadual ainda no mês de janeiro prejudicou as equipes financeiramente. No ano passado o convênio foi aprovado em janeiro. O grande problema foi à transição política. Este ano o convênio foi aprovado no dia 25 de fevereiro, explica Félix.
Com estes tímidos números, a campanha da Serc foi pífia. Em 11 jogos foram sete derrotas, dois empates e duas vitórias. Os resultados positivos foram conquistados sobre o Maracaju, por 2 a 1 no dia 27 de janeiro, e no último domingo em cima do time reserva do Cene, por 4 a 1.
Bicampeão sul-mato-grossense (1995 e 2003), a Serc se despede amanhã, às 15h, contra o Misto no estádio Madrugadão, em Três Lagoas.
No Corumbaense a situação é semelhante. De acordo com o presidente Antônio Ricco, a Prefeitura investiu exatos R$ 200 mil para o Estadual deste ano. A expectativa em elevar o nível do futebol com transmissão pela televisão e patrocínio de multinacional levando o nome na competição não surtiu efeito. A situação não alterou nada. A situação financeira é crítica, somos a equipe que menos teve condição, avalia.
O salário dos 25 jogadores que iniciaram o campeonato foi de um salário mínimo, ou seja, R$ 678 por mês, o equivalente ao que ganha uma manicure. O clube terminará o Estadual com 18 atletas no elenco recebendo os mesmos R$ 678.
O valor é superado por profissões, como de atendente de lanchonete, que recebe em média R$ 720, e até de auxiliar de costura, que fatura em média R$ 690. Os números da Funsat também colocam a profissão de pedreiro com ensino fundamental bem a frente do salário de jogador. A média salarial varia de R$ 890 a R$ 1,1 mil.
O posicionamento deles (jogadores) foi até profissional, não houve reclamação. Quando traz jogadores gasta, quando manda embora gasta também. Se tivesse condição financeira tinha mantido o time na primeira divisão, avalia Ricco.
Para o presidente do Corumbaense, o time não teria nem entrado em campo não fosse a ajuda do prefeito Paulo Duarte (PT). O Paulo Duarte ajudou o Corumbaense. Foram R$ 200 mil, mas era o que poderia arrumar para nós, defende.
O Corumbaense, campeão Estadual em 1984, termina a participação na primeira divisão amanhã contra o Águia Negra no estádio Ninho da Águia, em Rio Brilhante, às 15h. Os jogadores estão condizentes com a situação, conversamos e eles vão para não entregar o jogo, completa o presidente.
Em 11 jogos o Carijó perdeu sete, empatou três e venceu apenas uma partida no Estadual. A única vitória foi sobre o Sete de Dourados por 2 a 1 sobre o Sete de Dourados no dia 16 de fevereiro.
A última rodada do Estadual ainda terá os seguintes confrontos: Novoperário x Comercial, em Campo Grande, Maracaju x Aquidauanense, em Maracaju, Urso x Naviraiense, em Mundo Novo, e Itaporã x Ivinhema, em Itaporã.