Jogando pela primeira, e provavelmente última vez no Allianz Parque (deve se aposentar em agosto), Rogério Ceni comemorava diante do Palmeiras seu jogo de número 1200 com a camisa do São Paulo. As coisas saíram de forma bem diferente do que o capitão são-paulino esperava: com falha sua, o alviverde não tomou conhecimento do rival, atropelou e venceu por 3 a 0.
Ceni saiu jogando logo aos dois minutos. Robinho aproveitou, e acertou um lindo chute por cobertura, quase do meio do campo. Falha de Rogério, gol antológico e caminho aberto para a vitória, que foi facilitada pela infantil expulsão de Rafael Toloi aos sete minutos de jogo. A partir daí, foi ladeira abaixo.
Com autoridade, o Palmeiras encerrou um jejum em clássicos que já durava mais de um ano a última vitória tinha sido em fevereiro do ano passado, contra o próprio São Paulo. A vitória, comandada por Dudu e Rafael Marques, levou o alviverde a 27 pontos segue na liderança do Grupo 3.
Os comandados de Muricy também são líderes em seu grupo, o 1, com 26 pontos. A derrota, porém, é a terceira em quatro clássicos disputados na temporada - duas derrotas contra o Corinthians e um empate contra o Santos.
Fases do jogo
Os dois times não tiveram tempo nem de sentir o clima da partida: a falha de Rogério Ceni aconteceu logo aos três minutos. Saída errada, chute de muito longe de Robinho e um golaço. Barulho ensurdecedor no Allianz Parque.
Atordoado, o são Paulo se complicou ainda mais quatro minutos depois: Dudu acertou uma cotovolada em Toloi, que não foi vista pelo árbitro Vinicius Furlan. O zagueiro revidou com um chute, este visto e acabou expulso.
Desmontado, o time comandado por Muricy tentou se conter não conseguiu. A saída de Pato, o mais móvel do time, não ajudou. Após linda jogada de Dudu pela esquerda, Rafael Marques ampliou. Rogério ainda fez algumas boas intervenções, evitando uma goleada antes do intervalo.
Volta para o segundo tempo, e o calvário são-paulino não dava sinais de terminar. Logo aos seis minutos, Zé Roberto cruzou da esquerda e Rafael Marques, outra vez, bateu forte para mandar para as redes. 3 a 0, festa alviverve nas arquibancadas e massacre dentro de campo.
O terceiro gol esfriou um pouco o ímpeto alviverde, diante de um adversário que não dava sinais de oferecer qualquer perigo. Com o jogo tranquilo, Oswaldo de Oliveira colocou em campo o garoto Gabriel Jesus, para delírio da torcida palmeirense.
Como se já não estivesse difícil o suficiente, o São Paulo perdeu ainda Michel Bastos - o camisa 7 deu entrada dura em Zé Roberto e também levou o vermelho. Por pouco não veio o quarto gol: Gabriel bateu para fora após bonita tabela na entrada da área. Foi ao som de gritos de "olé" e "mais um" que o apito final encerrou o massacre palmeirense no Allianz Parque.
O melhor Dudu (Palmeiras)
Atordoou a defesa adversária com movimentação e jogadas individuais. Causou a expulsão de Toloi e fez a jogada do segundo gol alviverde. No segundo tempo, continuou infernizando com dribles e arracandas.
O pior Toloi (São Paulo)
Expulso aos sete minutos do primeiro tempo, destruiu qualquer possibilidade de reação do São Paulo. Levou sim uma cotovelada de Dudu, mas o revide, de forma acintosa e na frente da arbitragem, foi infantil e prejudicou muito a equipe.
Toque dos técnicos
Oswaldo de Oliveira manteve o seu 4-2-3-1. Com a bola, Lucas reforçava a linha defensiva, e permitia que Zé Roberto participasse do jogo entrando em direção ao meio o veterano fez uma ótima partida. Muricy Ramalho teve seu esquema desmontado com a expulsão de Toloi logo aos seis minutos, mas errou ao tirar Pato o atacante era o que mais se movimentava e buscava jogo do time (saiu demonstrando bastante irritação) para colocar Edson Silva. Ao longo de toda a partida, o São Paulo praticamente não levou perigo.
Para lembrar
Porcão.O Palmeiras estreou seu novo tunel de saída do vestiário um porco gigantesco, apelidado pelos torcedores do Allianz Parque de porcão.
Com moral. Gabriel Jesus foi muito aplaudido quando o sistema de som na arena alviverde anunciou o banco de reservas do Palmeiras.
Loop. O telão do Allianz Parque mostrou inúmeras vezes o gol de placa do meia Alex contra o São Paulo, chapelando Rogério Ceni. O ex-camisa 10 alviverde se aposenta neste fim de semana.
Torcedor. Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, disse que não estava no estádio como presidente, e sim como torcedor. Certamente gostou do que viu.
Protesto. Na segunda etapa, a mínuscula torcida são-paulino que pagou 200 reais para assistir à derrota se virou de costas para o gramado e criticou o presidente Carlos Miguel Aidar.
Irritado. Pato demonstrou irritação ao ser substituído, e foi direto para o vestiário. Só depois, com a cabeça mais fria, assistiu ao restante do jogo ao lado dos companheiros.
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