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27/01/2023 às 17:00, Atualizado em 27/01/2023 às 13:29

Luisa Stefani e Rafa Matos são campeões do Australian Open

É o sexto título do Brasil em duplas mistas em Grand Slams.

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Divulgação

Luisa Stefani e Rafa Matos abriram o caminho para que o clichê fosse subvertido. Na noite desta quinta-feira, dia 26 de janeito, os dois tenistas fizeram história no Australian Open e conquistaram o primeiro título de uma dupla totalmente brasileira em um Grand Slam. Em um duelo de gerações, conseguiram se impor diante dos experientes Sania Mirza e Rohan Bopanna e venceram a final de duplas mistas em 2 sets a 0, parciais 7/6 e 6/2.

É o sexto título do Brasil em duplas mistas em Grand Slams. Bruno Soares (Australian Open 2016 e US Open 2012 e 2014), Maria Esther Bueno (Roland Garros 1960) e Thomaz Koch (Roland Garros 1975) também alcançaram o feito. Ao somar todas as conquistas em duplas (mistas, masculinas e femininas), o Brasil, agora, tem 22 títulos de Grand Slams. Antes, porém, sempre numa parceria de brasileiro com tenista de outro país.

Antes de Luisa e Rafa levantarem o troféu em Melbourne, apenas Cássio Mota e Cláudia Monteiro haviam chegado a uma final de duplas mistas em um Grand Slam. Foi em Roland Garros, em 1982. Os dois, no entanto, perderam para o britânico John Lloyd e a australiana Wendy Turnbull.

Não foi um duelo fácil. Os dois tenistas jogaram pela primeira vez como dupla neste ano, na United Cup, torneio entre países. Desde então, somam sete vitórias e nenhuma derrota.Do outro lado, no entanto, tinham uma dupla experiente, com um currículo recheado de títulos.

Na noite de quinta, Stefani e Matos dividiram momentos de protagonismo e abriram o caminho para o título em Melbourne. Rafa, de 27 anos, decidiu em 2022 se dedicar totalmente ao circuito de duplas. Hoje, é o melhor brasileiro no ranking da ATP, em 29° lugar.

- Luisa, obrigado por essas últimas semanas. Na verdade, por esse início de ano. É muito especial jogar e vencer com você. Nós trabalhamos muito bem nessas duas últimas semanas. Estávamos muito focadnos no que queríamos. Estou muito, muito feliz com esse momento. É um sonho que se realiza. Não tenho palavras para descrever. Muito feliz com isso - disse Rafa.

Luisa, por sua vez, alcança mais uma façanha no currículo. Aos 25 anos, a medalhista olímpica disputou, na Austrália, seu primeiro Grand Slam desde a grave lesão no ligamento do joelho direito. Ficou mais de um ano afastada das quadras. Retornou em setembro e enfileirou três títulos de nível WTA antes de chegar a Melbourne: Chennai e Guadalajara, no ano passado, e Adelaide, antes do Australian Open.

- Quando ele me chamou para jogar as duplas mistas, foi uma grande motivação para continuar me esforçando para voltar. E hoje estamos aqui. É um sonho se realizando - disse Luisa.

Bolso cheio

Nas duplas mistas, não há pontuação para o ranking em jogo. No entanto, vale (muito) dinheiro. A premiação deve ser dividida entre os dois atletas. Enquanto nas disputas masculinas e femininas a premiação varia entre 21 mil dólares até 479 mil para os campeões, nas duplas mistas é um pouco mais baixo. Mesmo assim, a vitória de Luisa Stefani e Rafael Matos rende aos dois uma premiação 157 mil dólares (cerca de R$ 797 mil).

Brasileiros nas outras finais

O Brasil ainda teve a chance de conquistar mais dois títulos em Melbourne. João Fonseca, ao lado do belga Alexander Blockx, acabou com o vice no juvenil de duplas masculinas. Eles, cabeças de chave 1 do torneio, perderam a final para os americanos Tien e Williams por 2 sets a 0, parciais 6/4 e 6/4. Além dele, Ymanitu Silva fez a final da categoria quad de cadeira de rodas, para atletas que também têm deficiência nos membros superiores. Ao lado do sul-africano Donald Ramphadi, acabou levando a pior para os holandeses Schroder e Vink por 2 sets a 0, parciais 6/1 e 6/3.

Despedida

A partida marcou a despedida de Sania Mirza, de 36 anos, das quadras de um Grand Slam. Uma das grandes duplistas das últimas duas décadas, a indiana já ocupou a liderança do ranking e somou 43 títulos de WTA, três Grand Slams nas duplas e três Grand Slams nas duplas mistas. Seu primeiro Grand Slam foi justamente no Australian Open, em 2005.

1° set - Stefani/Matos sofrem, mas largam na frente

Mirza e Bopanna tentaram pressionar no início do jogo. Com o saque no primeiro game, fizeram das subidas à rede seu principal ataque. Stefani e Matos, porém, não se intimidaram. Logo de cara, chegaram à quebra. Na sequência, Matos levou a melhor na troca de fundo com Bopanna, e a dupla brasileira abriu 2/0.

Mas os rivais não demoraram a voltar à briga. No terceiro game, confirmaram seu serviço. Logo na sequência, devolveram a quebra e deixaram tudo igual. A virada veio logo depois, marcando 3/2 no placar. A dupla brasileira sofreu, mas conseguiu confirmar seu serviço no sexto game.

O momento, porém, era dos rivais. Bopanna, depois de um início ruim, passou a devolver com maestria. Luisa, por outro lado, caiu de rendimento. Em uma devolução de Mirza em cima de Matos, a parceria indiana chegou a uma nova quebra, abrindo 5/3. Só que os brasileiros deram a resposta de forma imediata. Stefani voltou ao seu melhor e liderou a dupla à quebra.

Luisa e Rafael chegaram a ser ameaçados no game seguinte, mas conseguiram confirmar o serviço para deixar tudo igual em 5/5. As duas duplas confirmaram seus serviços seguintes e forçaram o tie-break no set. E os brasileiros souberam se impor logo de cara. Abriram 3/0, contaram com os erros dos rivais e fecharam em 7/6 (2).

2° set - Brasileiros se impõem e ficam com o título

Os brasileiros mantiveram o ritmo na volta à quadra e confirmaram o primeiro serviço. Mirza e Bopanna fizeram o mesmo na sequência. Stefani e Matos tiveram trabalho, mas conseguiram abrir 2/1. A primeira quebra veio logo depois. Em um belo ponto decisivo, Rafa e Luisa abriram 3/1 no set.

Os dois fizeram 4/1 na sequência e se aproximaram da vitória. Bopanna e Mirza, porém, quiseram lutar. Experientes, tentaram pressionar os brasileiros ao erro, mas não conseguiram evitar a queda. No fim, Stefani mostraram força para garantir o título em 6/2 com um smash de Luisa Stefani.

Fonte - GE

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