Publicado em 01/03/2013 às 16:26, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Defesa do Corinthians responsabiliza torcedor e segurança por morte

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Redação, Folha Online

Na defesa encaminhada nesta quinta-feira à Conmebol contra a punição de jogar a Taça Libertadores com portões fechados, o Corinthians diz que os culpados pela morte do torcedor boliviano Kevin Espada, 14, são quem lançou o sinalizador que atingiu o rosto do garoto e quem permitiu a entrada do artefato no estádio em Oruro, na Bolívia.

"A imputação ao Corinthians é pelo comportamento inadequado do torcedor, que consiste no lançamento do sinalizador. O Corinthians não responde objetivamente pela morte do garoto", afirmou o advogado do clube, Luiz Felipe Santoro.

Nas 16 páginas da defesa enviada no fim da tarde desta quinta-feira por e-mail ao Tribunal de Disciplina da Conmebol, o Corinthians equipara a "infração" em Oruro a condutas de torcedores em outros seis jogos desta edição da Libertadores, que foram listados com fotografias no arquivo.

Um dos casos é a partida entre Millonarios, da Colômbia, e Tijuana, do México --times do mesmo grupo do clube paulista--, na qual uma pilha atirada da arquibancada atingiu a cabeça de um dos assistentes do árbitro.

"O Corinthians aceita receber a mesma pena que esses clubes receberem porque responde pelo ato do torcedor que lançou o sinalizador e não pela morte do garoto. Por isso, acreditamos que a pena aplicada de jogar com portões fechados é muito rigorosa", disse Santoro.

Segundo o advogado, o clube alvinegro abriu mão de uma audiência na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai, para acelerar o julgamento do caso.

O clube pede que ao presidente do tribunal que reconsidere a medida cautelar que o obrigou a jogar com portões fechados na competição antes da próxima partida no Pacaembu, contra o Tijuana, no dia 13 de março.

"A gente é contra a decisão de a torcida não poder ir aos jogos fora, mas nosso maior objetivo é jogar no Pacaembu com portões abertos", disse. Segundo o clube, o prejuízo de jogar sem torcida é de R$ 3 milhões. "Esperamos que o julgamento já ocorra na semana que vem."

LIMINAR

Santoro disse ainda que o clube não teme nenhuma nova punição da Conmebol por causa da entrada dos quatro torcedores anteontem no jogo contra o Millonarios. O grupo conseguiu acesso ao Pacaembu graças a uma liminar na Justiça.

"O Corinthians não teve nenhum benefício com a entrada deles. Inclusive tentou demovê-los da ideia. Quem liberou a entrada deles foi a polícia, não o clube", disse.

Nesta quinta-feira, o presidente do clube, Mário Gobbi, ligou para o presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, para explicar a situação dos torcedores corintianos.