O Atlético-MG está bem perto das quartas de final da Libertadores. Com justiça. O São Paulo está longe da próxima fase da competição sul-americana. Por culpa própria. Na noite desta quinta-feira, no Morumbi, pela ida das oitavas de final, o Galo venceu por 2 a 1, de virada, e mostrou por que foi o melhor da fase de grupos. E o Tricolor deixou claro o motivo de tanta instabilidade na temporada.
Diante de mais de 57 mil pessoas, o São Paulo talvez tenha feito seus melhores 30 minutos da temporada. Sob a batuta de Ganso, Jadson abriu o marcador, Ademílson teve três chances claras e Osvaldo foi agudo e perigoso como sempre. Mas um ato isolado, de um dos jogadores mais experientes do elenco, estragou o jogo são-paulino Lúcio foi expulso de forma infantil por falta dura em Bernard.
Aí entrou em ação a experiência que rima com inteligência, não com imprudência. Ronaldinho Gaúcho chamou a responsabilidade para si e comandou o Atlético-MG em uma virada importantíssima. Além de ter feito o primeiro gol, de cabeça, ele liderou o Galo na noite desta quinta-feira, que terminou de forma brilhante para o time mineiro com um gol de Diego Tardelli, após lindo passe de Marcos Rocha.
Ao final do jogo, ao ser quesitonado se havia se divertido em campo, Ronaldinho sorriu e disse:
- O que você acha?
Na quarta-feira que vem, dia 8 de maio, às 22h, no estádio Independência, em Belo Horizonte, o Atlético-MG pode empatar e até perder por 1 a 0. Já o São Paulo precisa de uma vitória por dois gols de diferença. Ou então devolver os 2 a 1 para tentar a vaga nos pênaltis. Quem passar encara na quartas de final o vencedor de Palmeiras e Tijuana, que empataram em 0 a 0 o primeiro duelo, no México.
São Paulo domina, mas Lúcio vacila e Ronaldinho brilha
Antes de a bola rolar no Morumbi, Ney Franco pediu o básico ao São Paulo: tentar a vitória a todo custo e fazer valer o mando de campo. Do outro lado, Cuca pediu equilíbrio ao Atlético-MG. Mais do que isso, o Galo, melhor time da fase de grupos da Libertadores, precisou de paciência. E um pouco de sorte também.
Em ritmo forte, o Tricolor sufocou o Atlético-MG nos primeiros minutos de jogo. A ponte de abrir o marcador logo aos oito minutos. Aloísio avançou pela direita e cruzou. Gilberto Silva desviou, mas Ganso ficou com a bola, fez linda jogada individual e rolou para Jadson bater de direita: 1 a 0 para os donos da casa.
Dois minutos depois, o São Paulo teve uma baixa. Aloísio sentiu lesão muscular e deixou o gramado chorando muito. Em seu lugar entrou Ademílson. O jovem atacante são-paulino teve a chance de se consagrar como herói da partida. Mas perdeu três chances incríveis de gol. E ainda chutou uma bola que Victor defendeu.
Aos poucos, o paciente Atlético-MG cresceu na partida. Com o rival menos ofensivo, sobrou espaço para Ronaldinho Gaúcho dar trabalho à defesa tricolor. Todas as bolas importantes do Galo passavam por seus pés. A experiência de pentacampeão do meia, no entanto, não se fez presente em Lúcio esta noite.
Advertido com o cartão amarelo por reclamação, o zagueiro do São Paulo fez falta dura em Bernard aos 35 minutos e levou o vermelho. Justamente. Não demorou muito, então, para a superioridade numérica do Galo ser transformada em gol. Aos 41, após cobrança de escanteio de Bernard, Ronaldinho empatou de cabeça: 1 a 1.
Na comemoração, o craque do Atlético-MG correu batendo firme no braço e gritando: É Galo, é Galo, é Galo!. Ele sabe da importância do gol fora de casa.
Tardelli resolve Era evidente que o segundo tempo não teria a mesma intensidade do primeiro. Não só por cansaço, mas principalmente porque com um a menos o São Paulo não poderia se arriscar tanto. E o Atlético-MG, com as vantagens de ter um a mais e de já ter marcado um gol fora de casa, se deu ao luxo de cadenciar a partida.
Postura inteligente, de um time que tem qualidade para esperar a hora certa de arriscar e fazer o gol. Deu certo. Aos 14 minutos, Diego Tardelli recebeu ótimo passe de Marcos Rocha em profundidade na área e tocou na saída do goleiro Rogério Ceni. A virada fora de casa deixava o Galo mais perto da classificação.
Abatido pelo resultado e por ter visto a vitória escapar pelas cravas da chuteira de Lúcio que acertaram as costas de Bernard, o São Paulo recuou e se mostrou intimidado. Reflexo, talvez, das campanhas na fase de grupos. O Galo teve a melhor, e o Tricolor, classificado na raça, a pior.
No mesmo ritmo que o Atlético-MG se aproximava da vaga, o São Paulo ficava mais longe dela. Para piorar, aos 25 minutos, Rhodolfo saiu de campo machucado. Douglas entrou. O Tricolor ficou com apenas um zagueiro: Rafael Toloi. Sem força para tentar o empate, o time de Ney Franco apenas se protegeu.
Ao Galo, então, restou controlar a partida e tentar, de pouco em pouco, sem se arriscar muito, o terceiro gol. Não veio. Mas a vitória por 2 a 1 foi maiúscula.
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