Publicado em 05/03/2013 às 10:50, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Para apressar o julgamento sobre a tragédia de Oruro, o Corinthians abriu mão até de ser ouvido no processo que define sua responsabilidade no caso. Na próxima quarta-feira, o Tribunal da Conmebol vai definir qual será a pena do clube, que até agora está proibido de jogar diante de seu público na Copa Libertadores.
O anúncio de que o aguardado julgamento será nesta semana foi feito por Caio Rocha, presidente do Tribunal, em entrevista à rádio Bradesco Esportes na última segunda. Consultado pela reportagem, o Corinthians disse ter ficado sabendo da data pela imprensa, mas adiantou que pouco pode fazer a respeito.
O Código Disciplinar prevê que o julgamento seja feito a portas fechadas, então ao Corinthians só resta esperar. Nós poderíamos pedir uma audiência para explicar nossa posição a eles, mas abrimos mão em prol da celeridade do processo, disse Luiz Felipe Santoro, advogado do Corinthians.
O julgamento é uma decorrência da tragédia que vitimou o jovem Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, que morreu atingido por um sinalizador de navio atirado por torcedores corintianos que assistiam ao empate por 1 a 1 com o San Jose, na Bolívia. O clube brasileiro, no entanto, não foi denunciado pela morte, e sim pelo uso do sinalizador, infração prevista no regulamento na Libertadores.
A pena prevista vai da perda de mandos de campo até a expulsão do torneio. Em caráter provisório, o Tribunal da Conmebol obrigou o Corinthians a atuar de portões fechados até que o mérito do caso fosse julgado. O clube até tentou recorrer, mas viu a Câmara de Apelações da entidade rejeitar seu pedido.
A expectativa dos cartolas é que o clube não tenha mais de atuar de portões fechados na Libertadores. Além do prejuízo esportivo, o Corinthians prevê a perda de R$ 3 milhões por partida quando joga com o Pacaembu vazio, segundo Raul Correa, diretor financeiro alvinegro.
Caso não concorde com a decisão do Tribunal, o Corinthians poderá recorrer à Câmara de Apelações da Conmebol. Em último caso, o clube pode levar a discussão para o TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), autoridade máxima em questões desportivas em todo o mundo, que fica na Suíça.