Vice-campeão nos Jogos de Los Angeles (1984) e Seul (1998) e bronze em Atlanta (1996) e Pequim (2008), o Brasil já pelo menos garantiu mais uma prata para seu histórico em torneios olímpicos de futebol, mas entrará em campo neste sábado no tradicional estádio de Wembley mirando o tão sonhado ouro na final diante do México.
A seleção brasileira participou do futebol nos Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1952. De lá para cá, muitos títulos em outras competições foram conquistados, mas a medalha de ouro nunca foi alcançada e foi se tornando uma obsessão com o passar dos anos. Pelé não teve a oportunidade de alcançá-la, já que nunca participou de uma Olimpíada. Gérson, Romário, Ronaldo e tantos outros tiveram a chance de subir ao lugar mais alto do pódio, mas não conseguiram. Agora, a chance é de Neymar, Oscar, Lucas e outros jovens talentos do país.
A campanha da equipe do técnico Mano Menezes até a final nos Jogos de Londres foi praticamente irreparável. Foram cinco vitórias em cinco jogos, algumas obtidas com sofrimento, como na estreia, diante do Egito, ou nas quartas de final, contra Honduras. No entanto, a última impressão foi das melhores: uma contundente vitória por 3 a 0 sobre a Coreia do Sul. A evolução dentro do mata-mata pode ser explicada em parte pela mudança feita por Mano no time. O treinador abriu mão do esquema 4-3-3 e montou uma escalação no 4-4-2.
A grande novidade foi que, com a saída de Hulk, quem foi colocado entre os titulares foi o lateral Alex Sandro. Ele e Marcelo revezam e atuam ora como lateral-esquerdo, ora como meia-esquerda. Neymar e Oscar são os atletas mais badalados do elenco, mas não são os únicos que vem desenhando papel importante. Vestindo a camisa 9, Leandro Damião vem honrando-a e é o artilheiro do torneio olímpico. O caminho do México nos Jogos de Londres não foi de tantas vitórias, mas foi sólido o suficiente para garanti-lo a primeira medalha olímpica no futebol.
A estreia, diante da Coreia do Sul, terminou empate sem gols. A classificação para as quartas foi confirmada com duas vitórias, mas a vaga nas semifinais foi obtida com dificuldades, após um triunfo na prorrogação diante de Senegal. Nas semifinais, o adversário foi o Japão, que até então ainda não havia sofrido nenhum gol e ainda abriu o placar. No entanto, a equipe do técnico Luis Ferando Tena reagiu e venceu de virada por 3 a 1. Tena terá um importante desfalque para a final. O meia-atacante Giovani dos Santos sofreu uma lesão muscular e não poderá estar em campo. O México já tem garantido seu melhor resultado no futebol nos Jogos Olímpicos. A melhor campanha até agora havia acontecido em 1968, nos Jogos da Cidade do México, em que ficou em quarto lugar.
A seleção do país, entretanto, quer coroar sua evolução nas últimas décadas com o ouro. Antes, os mexicanos foram campeões da Copa das Confederações de 1999 e do Mundial Sub-17 de 2005, ambos os títulos obtidos em uma final contra o Brasil. Também venceu o Mundial Sub-17 do ano passado, em casa. Apenas um jogador da decisão de sete anos atrás estará em campo neste sábado. Marcelo foi titular da seleção brasileira e recebeu cartão vermelho nos acréscimos do segundo. Do lado do México, Giovani também começou jogando.
Prováveis escalações: Brasil: Gabriel; Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Rômulo, Sandro, Alex Sandro e Oscar; Neymar e Leandro Damião. Técnico: Mano Menezes. México: Corona; Israel Jiménez, Mier, Reyes e Chávez; Aquino, Salcido, Enríquez e Raúl Jiménez; Fabián e Peralta. Técnico: Luis Fernando Tena. Árbitro: Mark Clattenburg (Grã-Bretanha), auxiliado por seus compatriotas Steve Child e Simon Beck.