A atual crise no futebol no Brasil, que se reflete na queda de audiência que a TV Globo vem obtendo nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, está colocando a emissora e as partes envolvidas em um impasse.
De um lado, o Bom Senso FC exige uma redução de número de partidas por ano, para evitar a sobrecarga dos jogadores.
De outro, por questões contratuais, a Globo, emissora que detém os direitos de transmissão das principais competições, resiste em abrir mão de cerca de 90 jogos por ano, por causa de acordo com anunciantes.
A expectativa do Bom Senso FC é que finalmente a emissora ceda neste sentido, evitando inclusive uma greve de jogadores, algo que, até o momento, não está em pauta, segundo João Paulo Medina, um dos principais consultores do grupo de futebolistas.
Medina acredita que o trabalho do Bom Senso FC já está surtindo efeito, com o apoio que o movimento vem conseguindo nas últimas semanas.
A ideia do Bom Senso FC é colocar este debate para a comunidade, para que haja maior compreensão. Acredito que a Globo e a CBF irão se sensibilizar com o erro que é esse calendário e com os malefícios que ele causa ao futebol brasileiro.
A queda da qualidade do futebol no País e a banalização do produto, com partidas de pouco interesse, tem feito o torcedor, e o telespectador, perderem o estímulo em relação às partidas. Levantamento feito pela Pluri Consultoria mostra que o Campeonato Brasileiro está na 15ª colocação em presença de público nos estádios, entre os principais campeonatos no mundo.
A audiência, por sua vez, também está sentindo este esvaziamento. A partida entre Santos e Corinthians, no último domingo (10), alcançou 16 pontos, bem abaixo das expectativas da emissora neste horário. Nem mesmo o fato de o o jogo marcar o retorno do craque Robinho ao Santos despertou maior interesse do público.
Há opiniões de que a Globo pode aproveitar o momento para implementar a ideia do "mata-mata" no Campeonato Brasileiro, o principal do País. A fórmula é vista com simpatia pela direção da emissora, que por várias vezes se mostrou aberta a este modelo de disputa, reduzindo a duração da competição, que não seria mais baseada em dois turnos com pontos corridos.
Neste sentido, segundo especialistas em marketing, haveria como contornar as questões comerciais, já que os executivos globais apresentariam alternativas de exposição da marca amparados no argumento de que a mudança tornaria o produto mais atraente, em relação à fórmula de pontos corridos.
De uma coisa Medina tem certeza: o excesso de jogos tem afetado a performance dos atletas. Isso, a pedido do Bom Senso FC, ficou demonstrado nos estudos preparados por ele e sua equipe de trabalho.
Não tenho dúvidas de que há esta relação (o número excessivo de jogos), entre outras questões. O calendário do jeito que está causa, além de lesões, o baixo rendimento, maior possibilidade de estresse e queda da competitividade.
Segundo as palavras do consultor e de acordo com o Bom Senso FC, a Globo, se necessário, terá de rever seus contratos com anunciantes, para se readequar às necessidades de quem faz o espetáculo: os jogadores. Pelo bem do futebol brasileiro.
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