Publicado em 13/08/2023 às 09:32, Atualizado em 12/08/2023 às 15:36

CBF vai à Fifa para impedir que atletas punidos por manipulação atuem em outros países

Entidade também notificou associações nacionais de futebol para onde brasileiros se transferiram

Redação,
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Eduardo Bauermann está atuando na Turquia — Foto: Abner Dourado/AGIF

A CBF pediu para a Fifa dar abrangência mundial às punições aplicadas no Brasil para jogadores condenados por envolvimento em manipulação no futebol. Além disso, a CBF mapeou e notificou as associações nacionais de futebol para onde esses jogadores se transferiram.

É o caso da Turquia, por exemplo, para onde foi o zagueiro Eduardo Bauermann, ex-Santos. Ele recebeu do STJD uma suspensão de 360 dias sem poder atuar profissionalmente. Depois foi contratado pelo Alanyaspor, mas ainda não estreou e não foi inscrito no campeonato local.

Também foi notificada a federação do Vietnã, onde hoje atua o meia André Queixo, punido com 600 dias de suspensão. Ele foi contratado pelo clube Nam Dinh e já fez duas partidas.

A Fifa costuma atender a esse tipo de pedido, especialmente em casos desse tipo. O Código Disciplinar da entidade prevê que mesmo medidas provisórias (às quais ainda cabem recursos) podem ser ampliadas para outros países.

Nestes casos, o país de destino dos jogadores fica sujeito a aplicar a mesma decisão do país de origem. Ou seja: se a justiça desportiva do Brasil terminar por absolver o atleta, a pena será também revogada em âmbito internacional.

A defesa de Eduardo Bauermann apresentou recurso ao STJD (embargos de declaração), que ainda não foi julgado. O jogador foi procurado para comentar a situação, mas não respondeu até a publicação.

Em nota publicada em seu site, a CBF cita o número de 15 jogadores, mas não os identificou. O Pleno do STJD (segunda e última instância) puniu 13 jogadores recentemente.

Veja as penas aplicadas pelo STJD

Romário (ex-Vila Nova): eliminação e multa de R$ 80 mil

Gabriel Domingos (ex-Vila Nova): suspenso por 720 dias e multa de R$ 80 mil

Moraes (ex-Vila Nova): 720 dias e R$ 55 mil

Gabriel Tota (ex-Juventude): eliminação e R$ 30 mil

Paulo Miranda (ex-Juventude): 720 dias e R$ 70 mil

Eduardo Bauermann (ex-Santos, hoje no Alanyaspor da Turquia): 360 dias e R$ 35 mil

Matheus Gomes (ex-Sergipe): eliminação e R$ 10 mil

Fernando Neto (ex-Ceará): 380 dias e R$ 15 mil

Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mi

Ygor Catatau (ex-Sampaio Correa): eliminado e R$ 70 mil

Mateusinho (ex-Cuiabá): 600 dias e R$ 50 mil

Paulo Sérgio (ex-Sampaio Correa): 600 dias e R$ 50 mil

André Queixo (ex-Sampaio Correa e hoje no Nam Dinh, do Vietnam): 600 dias e R$ 50 mil

Estes atletas foram denunciados pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que desde 2022 investiga um grande esquema de manipulação de resultados em diversos campeonatos estaduais e no Campeonato Brasileiro das Séries A e B.

Há ainda outros jogadores que foram punidos na primeira instância pelo STJD – e ainda serão julgados pelo Pleno. É o caso de Alef Manga e outros jogadores.

Depois das duas primeiras denúncias apresentadas pelo MP-GO, a Polícia Federal também entrou no caso. Além da investigação na esfera criminal, há processos em curso na Justiça Desportiva.

Fonte - GE