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23/01/2017 às 17:30, Atualizado em 23/01/2017 às 15:19

CBF perde poder e influência em comitês da Fifa até para o Equador

Mas a reformulação nos comitês da entidade mundial, os grupos que têm a função de monitorar e discutir temas relacionados ao futebol, escancarou que a influência do Brasil hoje em Zurique é pequena.

Já se sabia que a presença de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, na investigação de corrupção no futebol feita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos tirou força da confederação brasileira na Fifa.

Mas a reformulação nos comitês da entidade mundial, os grupos que têm a função de monitorar e discutir temas relacionados ao futebol, escancarou que a influência do Brasil hoje em Zurique é pequena.

A Fifa reduziu drasticamente os comitês, de 26 para nove. Se antes havia grupos para quase tudo (futebol de areia, futsal, organização para cada um dos torneios que a entidade patrocina), agora são comitês mais técnicos, como de desenvolvimento, de organização (geral) e de associações. O Brasil, entretanto, não protagoniza nenhum deles, perdendo espaço para outros países da América do Sul com menos tradição no esporte, como o Equador.

São três brasileiros em comitês confirmados até o momento: o ex-lateral Cafu, campeão mundial em 1994 e 2002, e que faz parte do Comitê de Assuntos do Futebol, o ex-árbitro Wilson Luiz Seneme, no Comitê de Arbitragem, e Castellar Guimarães, presidente da Federação Mineira de Futebol, que foi aprovado para o Comitê de Estatuto dos Jogadores.

É possível que nos próximos meses outros brasileiros sejam aprovados em comitês, como o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, para o Comitê de Organização de Competições. Mas nenhum deles presidirá, ou será vice, das comissões, algo que era quase automático anos atrás e que deixa o cartola em condições de participar mais de perto de decisões importantes a serem tomadas.

Os cargos

Antes das denúncias de corrupção que abalaram a entidade, em fevereiro de 2015, Del Nero, que representava o Brasil no Comitê Executivo da entidade (hoje chamado de Conselho), presidia o Comitê de Futebol de Areia e o Comitê de Organização dos Jogos Olímpicos.

Hoje, o representante brasileiro no Conselho da Fifa não é o presidente da CBF, já que ele não viaja desde 2015 para fora do Brasil por orientação de seus advogados (quando o ex-presidente da CBF José Maria Marin foi preso), e não pode participar as reuniões. O vice da CBF Fernando Sarney faz esta função, mas não tem presença em nenhum dos comitês.

Diferentemente de outros sul-americanos que fazem parte do Conselho e têm vagas em comitês, como por exemplo a equatoriana Maria Sol Muñoz, que é vice-presidente do Comitê de Organização de Competições. Se Del Nero não pode viajar, outros presidentes de confederações da Conmebol aparecem em comitês, como o chileno Arturo Salah, no Comitê de Desenvolvimento, e o paraguaio Robert Harrison, no Comitê de Competições.

O presidente da Conmebol, o paraguaio Alejandro Dominguez, conseguiu talvez a presidência do mais cobiçado comitê, o de finanças. Diferentemente da CBF, a confederação sul-americana parece estar próxima ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, apesar de todas as denúncias de corrupção.

Investigação

Dos cartolas acusados de corrupção, Del Nero é o único que permanece no comando de sua confederação. Ele, como os outros, são investigados por supostamente terem recebido propina para vender o direito comercial de torneios do qual participavam da organização.

Del Nero nega qualquer irregularidade, mas outros ex-presidente de confederações da América do Sul, como o colombiano Luis Bedoya e o chileno Sergio Jadue, admitiram as irregularidades em acordo com a Justiça dos EUA.

Fonte - UOL

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