Publicado em 14/03/2013 às 11:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

CBF entra em atrito com Nike por contrato que inclui até sutiã

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação , UOL

A Nike e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) entraram em rota de colisão no último mês em relação aos termos do contrato de fornecimento de material esportivo. A confederação reclama da abrangência dos direitos da multinacional que detém o poder até sobre o sutiã da seleção brasileira. A companhia rebate e não abre mão de seus poderes sobre o time nacional, previstos no compromisso assinado.

O conflito se iniciou há cerca de duas ou três semanas. Isso porque o presidente da CBF, José Maria Marin, quer reformular a estratégia de marketing da entidade, contratar um novo executivo para a área e expandir o licenciamento de produtos da seleção. A questão é que a Nike tem os direitos sobre boa parte das licenças desses produtos.

Após a última renovação, o contrato entre as duas partes vai até 2027 e rende em torno de US$ 35 milhões anualmente, o que gerou R$ 59,4 milhões no ano de 2011, último ano com balanço financeiro da confederação disponível.

Para isso, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira cedeu direitos além dos vestuários esportivos para a Nike, segundo apurou o UOL Esporte. Entre as peças para vestir, há roupas de baixo, sutiãs para esportes e cintos registrados pela Nike no INPI (Instituto Nacional de Produtos Industriais) coma a marca "Canarinho", como mostram registros válidos até 2018 encontrados pela reportagem.

Marin tenta Rosenberg

A primeira iniciativa de Marin para reformular o marketing foi procurar o vice-presidente do Corinthians Luiz Paulo Rosenberg. Houve uma sondagem para que assumisse o departamento da entidade. O UOL Esporte apurou que a intenção da entidade é que ele atue como consultor, sem cargo.

Mas Rosenberg até agora não recebeu convite formal e só vai aceitar ajudar a entidade se houver de fato modificações na forma de gestão da confederação. Oficialmente, nem o ex-dirigente corintiano - Rosenberg se afastou da gestão do clube -, nem a confederação falam sobre o possível acordo entre os dois.

Fato é que, após a sondagem de Rosenberg, a CBF começou a forçar a expansão do licenciamento, exatamente como o dirigente fez no Corinthians com a Nike. A diferença é que, para poder driblar termos dos contratos corintianos, o dirigente negociou para obter concessões da multinacional. Sem consulta de Rosenberg, Marin tem tentado forçar a barra.

A CBF chegou a autorizar uma empresa a fazer o licenciamento de determinado produto. Mas, quando a contratada foi contatar a Nike, descobriu que era a companhia que detinha direitos sobre aquela mercadoria e barrou o negócio.