Publicado em 08/09/2014 às 19:05, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Campeão Brasileiro no ano de 2009 com o Flamengo, o meia sul-mato-grossense Alex Cruz, natural de Vicentina, município localizado a 255 quilômetros de Campo Grande, jamais imaginou que aos 29 anos pensaria em abandonar os gramados. Após passagem pelo Itaporã marcada por salários atrasados, ele diz estar desiludido e pensar em encerrar a carreira.
Alex Cruz explica que a realidade do futebol brasileiro é dura, principalmente em Mato Grosso do Sul. Com poucas competições, o calendário dura, em média, três meses para quem joga a Série A do Sul-Mato-Grossense, e aproximadamente o mesmo tanto para a Série B. O pouco tempo de atuação e os baixos salários desmotivam os jogadores.
Quem está em um time que disputa as três primeiras divisões nacionais, tem emprego garantido o ano todo. Aqui no Estado, onde apenas um time joga a Série D, os atletas ficam pouco tempo empregados. A primeira divisão leva uns três meses, talvez quatro se for feita a pré-temporada. Isso se a equipe avançar na classificação, conta.
Ele explica que só não passa dificuldades, porque conseguiu guardar dinheiro durante as passagens que teve em clubes da elite do país. A esposa, que vive com o filho em Vicentina, também trabalha. A bola para, mas as contas não. Só não passo necessidade porque tenho dinheiro guardado. Mas o que acontece com aqueles jogadores mais humildes?, questiona.
O meio-campista alerta que a situação está insustentável e que o futebol no Mato Grosso do Sul corre risco de acabar. Alguns culpam a Federação (FFMS), mas não adianta cobra só ela. É preciso planejamento duradouro. Os times têm calendário de três, quatro meses, pagando salários baixos. Isso não é atrativo. Eles precisam se organizar junto com a federação e buscar uma maneira de por fim ao problema.