Publicado em 15/06/2024 às 15:38, Atualizado em 15/06/2024 às 11:41

Atletas indígenas são destaque em Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul

Os Jogos Escolares têm sido um espaço de diversidade e representação de diversos povos sul-mato-grossenses.

Redação,
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Foto: Daniel Reino

Esta semana foi a vez da comunidade indígena entrar em quadra nos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul, etapa de 12 a 14 anos, em Campo Grande. No futsal masculino, a Escola Municipal Polo indígena Mbo´e Roy (casa de ensino), de Amambai, jogou contra a Escola Municipal Maria da Rosa Antunes da Silveira Câmara, de Dourados.

Já no feminino, o time da Escola indígena, da Aldeia Amambai, enfrentou o time de Três Lagoas e ganhou pelo placar de 12 a 1.

Os Jogos Escolares têm sido um espaço de diversidade e representação de diversos povos sul-mato-grossenses. O evento é promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer).

Este é um momento histórico para o esporte sul-mato-grossense, com recorde de participação.

A aldeia Amambai-Guapoy conta com 8.036 indígenas. A delegação de Amambai teve a participação de 39 atletas no primeiro bloco, neste bloco são 20 atletas nos Jogos Escolares.

Segundo o técnico da equipe masculina, Ismael Morel, indígena Guarani-Kaiowá da aldeia Amambai, o time possui uma vantagem em cima dos adversários.

"Nós temos uma grande diferença que é falar na nossa língua materna, que é o Guarani-Kaiowá. Então a gente fala o Guarani, a gente usa isso como estratégia para armar a jogada e os não indígenas não entendem. Para nós é uma grande vantagem na hora do jogo. Muitas pessoas não acreditam no potencial que o indígena tem, nós estamos aqui para demonstrar que nós também podemos e nós vamos chegar até a final", destaca o professor.

Miller Borvão Samorio, que lidera a equipe feminina, ressalta a importância de ser uma experiência única de vida para diversos atletas.

"É uma experiência única para os atletas, que saem da aldeia que é outra realidade. E a estrutura da Fundesporte, que é sem comparação, né? Aqui é nível nacional. Eu que já participei da competição nacional, o estadual é igual. E para as crianças, melhor ainda", enfatiza o técnico.

Os atletas da comunidade indígena Amambai têm sido também destaque no atletismo. Arielly Vargas Gomes, de 13 anos, indígena Guarani-Kaiowá, recebeu medalha de prata duas vezes, na prova de 150 metros rasos e no salto em distância.

"É a terceira vez que eu participo dos Jogos Escolares. Eu estou achando muito divertido representar a aldeia, representar a nossa cultura que é tão forte", ressalta a atleta.

No atletismo masculino Amambai, ficou com a terceira colocação. Jenlielson Carmona Martins, 14 anos, também da escola Municipal Polo indígena Mbo´e Roy conquistou a medalha de ouro no lançamento do dardo

"A sensação foi inacreditável, nem eu mesmo acreditei que ganhei em primeiro lugar. Agora vou para o Brasileiro, lá em Recife, eu fui classificado para o nacional e quero bater meu recorde lá". O atleta conta que em 2023 não conseguiu chegar nos 40 metros, mas desta vez marcou 44,30 e agora pretende ultrapassar o próprio recorde.

Destaques

Luana Castelão Benites - ouro nos 800 metros e 2000 metros

Jenlielson Carmona Martins - ouro no lançamento do dardo

Isaik Franco Ribeiro - ouro no lançamento do disco

Além dos Jogos, os atletas puderam também fazer passeios no Bioparque Pantanal, maior aquário de água doce do mundo.