Publicado em 07/11/2023 às 09:31, Atualizado em 06/11/2023 às 21:29
COB calcula ter delegação maior nas Olimpíadas de 2024 para superar marca de 21 medalhas conquistadas nos últimos Jogos
O Brasil segue elevando o sarrafo. Pelo segundo Pan consecutivo o país quebrou o recorde de ouros e pódios em uma edição dos Jogos. Desta vez, os brasileiros deixam Santiago, no Chile, com 66 medalhas douradas (12 a mais que Lima) e 205 no total (36 de diferença sobre 2019).
Agora, a próxima missão é Paris. E a menos de 9 meses do início das Olimpíadas, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) segue otimista nas metas. Mesmo sem falar sobre números, o diretor geral da entidade, Rogério Sampaio afirma que o objetivo é repetir o desempenho do Pan e evoluir no quadro de medalhas. Em Tóquio 2020, o Brasil ganhou 21 medalhas no total, sendo sete de ouro, quebrando os recordes já batidos na Rio 2016.
- A gente sempre quer fazer amanhã melhor do que fez ontem. Esse era nosso objetivo no Pan e continua sendo nos Jogos Olímpicos. Porque a dificuldade de colocar uma meta no número de medalhas, porque a gente sempre corre o risco de um atleta que se machuca, se lesiona. Aconteceu no Pan e nada garante que não vai acontecer nos Jogos Olímpicos. Mas pode ter certeza de que estamos trabalhando todo dia, 24h, junto com atletas e confederações para conseguir um resultado melhor do que foi nos Jogos de Tóquio – afirmou Rogério Sampaio com exclusividade ao ge.
Já em relação ao tamanho da delegação o número foi apresentado pelo diretor geral do COB. O Brasil pretende levar 330 atletas a Paris em 2024. Se conseguir, seria a maior delegação já enviada pelo país para Jogos fora de território nacional. O recorde foi batido em Tóquio, com 302 atletas na delegação. Nos Jogos do Rio 2016, em casa, foram 462.
No Pan de Santiago, o Brasil garantiu mais 40 vagas olímpicas diretas. Assim, atualmente, já são 143 lugares garantidos para brasileiros e brasileiras nos Jogos Olímpicos do ano que vem.
- Esse resultado do Pan é um incentivo, um estímulo, para que a gente vá para Paris e consiga grandes resultados também. Saio daqui muito confiante. Comemoramos hoje, mas amanhã pode ter certeza que já vamos iniciar os ajustes e correções para ter um grande resultado em Paris – explicou Rogério Sampaio.
Os pontos de atenção, segundo o dirigente, são a saúde de atletas que estão recuperando-se de lesões, assim como alguns atletas que mudaram o local de treinamento recentemente, como os casos de Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, que deixou Lagoa Santa (MG) para treinar em Ilhéus (BA) e Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, que saiu do Rio e se mudou para Roma, na Itália. Os dois campeões olímpicos de Tóquio ficaram com as respectivas medalhas de prata em suas provas no Pan de Santiago.
- A autoestima dos atletas sai muito elevada de Santiago. Os atletas tiveram a liberdade de escolher se viriam para o Pan. Isaquias e Rebeca Andrade vieram, o Piu (Alison dos Santos) não quis. Para os mais jovens, esse processo de gestação até os Jogos Olímpicos é importante. O bom ambiente aqui foi fundamental visando Paris. Mas Pan e Olimpíadas são bem distintos. O Pan é importante nesse processo. Mas o sarrafo dos Jogos Olímpicos é bem alto – disse o diretor de esporte do COB, Ney Wilson.
Citado por Ney Wilson, Alison dos Santos preferiu iniciar a temporada de 2024 já em outubro deste ano, treinando nos Estados Unidos. Sem defender o título dos 400 metros com barreiras no Pan, viu o velocista Renan Gallina, de apenas 19 anos, ser destaque do atletismo, conquistando o ouro nos 200 metros e fechando também com ouro o revezamento 4x100m. Na natação, outro jovem se destacou: Guilherme Caribé, com 20 anos, campeão dos 100 metros livre e dono de mais dois ouros e uma prata em revezamentos do Pan.
- O nível olímpico é muito mais elevado. Elevamos o sarrafo no Pan. Mas Pan é Pan e Olimpíadas são Olimpíadas. Ao contrário do frio de Santiago, em Paris vai estar muito quente. As condições gerais também são diferentes, muito melhores. Foram 40 vagas olímpicas diretas conquistadas em Santiago. Esse é um marco importante – analisou Sebastian Pereira, gerente de alto rendimento do COB.
As que o COB mais lamenta são as do handebol masculino, que perdeu a vaga e o carimbo no passaporte rumo a Paris para a Argentina, e a vaga individual direta da ginástica artística, que Arthur Nory não conseguiu conquistar no Pan. O ginasta ainda pode conseguir a classificação olímpica em 2024, por meio das Copas do Mundo, assim como a seleção de handebol tem a chance final da vaga no pré-olímpico. E principalmente as classificações de equipes coletivas –além do handebol, futebol masculino e basquete feminino e masculino—são determinantes para o Brasil chegar nas 330 vagas para as Olimpíadas.
O Pan já passou, agora a tal gestação dos novos recordes e marcas já está na reta final até Paris.