Publicado em 10/02/2014 às 18:29, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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A política de aumento do juro básico (Selic) adotada pelo Banco Central desde meados de 2013 fez com que as taxas médias cobradas dos consumidores atingissem, em janeiro, o maior patamar desde setembro de 2012, de acordo com pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgada hoje.
As taxas médias de juros passaram de 5,60% ao mês em dezembro de 2013 (ou 92,29% ao ano) para 5,65% ao mês em janeiro (ou 93,39% ao ano).
De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac, o aperto monetário promovido pelo BC na tentativa de controlar a alta da inflação é o responsável pelo aumento dos juros ao consumidor.
No boletim Focus divulgado hoje, economistas de mercado elevaram a projeção da taxa básica para 11,25% este ano. Em 2015, a Selic deve encerrar o ano a 12%.
As elevações ocorrem em um contexto de maior saída de recursos dos países emergentes, que, como resposta, aumentam os juros para evitar uma fuga maior de investidores.
Mesmo com a desaceleração do IPCA, indicador oficial de inflação, em janeiro para 0,55% o menor índice para o mês desde 2009, Oliveira vê novo aumento da Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), em 25 e 26 de fevereiro. "Por conta disso é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", diz.
Desde abril do ano passado, quando o Banco Central começou a elevar a Selic, já foram sete aumentos das taxas de juros cobradas ao consumidor. A Selic é o custo mínimo de captação dos bancos. Quando ela aumenta, as instituições tendem a repassar a alta para suas linhas de crédito.
Entre as seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, apenas uma se manteve estável em relação a dezembro: cartão de crédito. Compare, abaixo, as taxas cobradas em dezembro de 2013 e janeiro deste ano.
Pessoa jurídica
Nas linhas voltadas a empresas, as taxas médias subiram de 3,25% ao mês (46,78% ao ano) em dezembro de 2013 para 3,29% ao mês (47,47% ao ano) em janeiro de 2014. É o maior patamar desde setembro de 2012.
As três linhas de crédito pesquisadas pela Anefac subiram em dezembro. Capital de giro passou de 1,65% ao mês em dezembro para 1,70% ao mês em janeiro.
Desconto de duplicata subiu de 2,33% ao mês em dezembro para 2,38% ao mês em janeiro, e conta garantida teve alta de 5,77% ao mês para 5,79% ao mês na mesma base comparativa.