Publicado em 25/11/2013 às 18:37, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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A taxa básica de juros da economia brasileira deve voltar à casa dos dois dígitos esta semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por fixar a Selic atualmente em 9,5% ao ano , se reúne na terça e quarta-feiras (26 e 27) e a expectativa do mercado financeiro é que a taxa suba 0,5 ponto percentual, para 10% ao ano. A decisão do Copom sobre a taxa será anunciada pelo Banco Central na quarta-feira após as 18h.
Caso a previsão do mercado, captada por pesquisa realizada pela autoridade monetária na última semana com mais de 100 bancos, se confirme, os juros retornarão ao patamar de dois dígitos (acima de 10% ao ano), algo que não era registrado desde o início de março de 2012. A discussão sobre a capacidade de o Brasil ter uma taxa de juros abaixo de 10% ao ano permeou o debate econômico no passado.
A taxa, porém, foi atingida somente quando o BC afrouxou a política de juros para combater os efeitos da crise financeira em 2009, entre junho daquele ano e janeiro de 2010. Posteriormente, novamente por conta dos efeitos da segunda "onda" da crise financeira, os juros abaixo de 10% ao ano voltaram a ser registrados desde 7 março de 2012. O Brasil é um dos poucos países que está subindo os juros neste ano.
A expectativa do mercado financeiro é de que a alta dos juros, prevista para esta semana, não seja a última do governo Dilma Rousseff. A previsão dos economistas dos bancos é de que aconteçam dois novos aumentos em 2014. Segundo a estimativa do mercado, os juros subiriam para 10,25% ao ano em janeiro do ano que vem, patamar no qual permaneceriam até dezembro de 2014 - quando avançariam para 10,50% ao ano. Com isso, os juros subiriam mais, visto que, antes, o mercado previa alta para 10,25% ao ano no próximo ano.
Metas de inflação Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem afirmado, porém, que a inflação teria queda neste ano frente ao patamar registrado em 2012 (5,84%) e novo recuo no ano de 2014.
Ao subir os juros neste momento, o Banco Central já está de olho no cenário para o ano que vem. Segundo economistas, em 2014 haverá uma pressão maior sobre os chamados "preços administrados" (ônibus interestaduais, energia elétrica, água, planos de saúde e telefonia, entre outros), visto que, neste ano, houve crescimento menor com a retenção de alguns reajustes como as tarifas de ônibus. Outro componente que pode pressionar um pouco a inflação no fim deste ano e início de 2014 é o possível aumento no preço da gasolina.