Publicado em 18/05/2020 às 17:00, Atualizado em 18/05/2020 às 13:45
Há quatro semanas, a estimativa era de queda de 2,96%
Com o avanço da pandemia do novo coronavírus e a perspectiva de retração global, a expectativa de evolução da economia brasileira em 2020 recuou novamente de -4,11% para -5,12%, conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. Há quatro semanas, a estimativa era de queda de 2,96%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), em 3,20%. Quatro semanas atrás, estava em 3,10%.
Na última quarta-feira (12), a equipe econômica revisou a projeção para o desempenho da economia em 2020 de alta de 0,02% para queda de 4,7%.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial em 2020 passou de -3,00% para -3,68%. Há um mês, estava em -2,25%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial recuou de 2,75% para 2,50%, ante 2,70% quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 foi de 64,15% para 64,20%. Há um mês, estava em 60,90%. Para 2021, a expectativa foi mantida em 65,20%, ante 62,25% de um mês atrás.
Déficit primário
Os economistas do mercado financeiro pioram a estimativa para a relação entre o déficit primário e o PIB este ano, que passou de 7,52% para 7,80%. No caso de 2021, foi de 2,00% para 2,01%. Há um mês, os porcentuais estavam em 5,00% e 1,50%, respectivamente
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 permaneceu em 12%, conforme as projeções do Relatório Focus. Para 2021, passou de 5,70% para 6,00%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 10,00% e 5,20%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros
Balança comercial
Na pesquisa Focus, os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020, de superávit comercial de US$ 42,50 bilhões para US$ 43,35 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 36,10 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit passou de US$ 42,00 para US$ 42,80 bilhões. Há um mês, estava em US$ 35,60 bilhões.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 foi de déficit de US$ 35,90 bilhões para US$ 34,10 bilhões, ante US$ 40,80 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo passou de US$ 44,00 bilhões para US$ 40,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 45,20 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) ainda será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 passou de US$ 70,75 bilhões para US$ 65,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 71,00 bilhões. Para 2021, a expectativa passou de US$ 79,00 bilhões para US$ 76,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês antes.
Fonte - Estadão