Publicado em 28/09/2024 às 07:00, Atualizado em 27/09/2024 às 19:01

MS está em 10° lugar na lista de estados com mais dívidas negativadas

Dados do Serasa Experian revelam que o Estado teve 61,7% dos débitos pagos em dois meses

Redação,
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Divulgação

Durante está semana, foi publicada a pesquisa do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian apresentando que, dentre as dívidas registradas em abril de 2024, 60,8% foram quitadas ou renegociadas pelos consumidores com pendências em até 60 dias do mês em questão. Esse percentual indica uma diminuição de 1,9 ponto percentuais em comparação ao mês de março.

O indicador da Serasa Experian revelou que no ranking de todas as UFs (Unidades Federativas) do país o Estado de Mato Grosso do Sul se encontra em 10° lugar na lista, registrando a taxa de pagamentos de débitos inadimplidos em 61,7%. Para o economista Lucas Mikael a recuperação econômica dos consumidores pode ter tido uma forte influência das oportunidades de empregos no Estado e aos programas de renegociação de dívidas. “Essa mudança pode ter sido impulsionada por uma melhora nas oportunidades de emprego e renda da Capital. Os programas de regularização e renegociação de dívidas, oferecidos por instituições financeiras, proporcionaram condições mais favoráveis para saldar pendências”.

Em entrevista ao jornal O Estado, o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi afirma que a queda no número de inadimplente se dá pela redução na taxa de desemprego nacional. “Nós tivemos uma redução do número dos inadimplentes, indo de 73,4 milhões em abril para 72,7 milhões de brasileiros em julho. Um dos principais fatores que explicam a retração é que o Brasil está com uma taxa de desemprego historicamente baixa. Ou seja, as pessoas estão encontrando vagas no mercado de trabalho, principalmente no emprego formal”.

Segundo Rabi, as principais causas do endividamento da população brasileira se dá através das contas em bancos e cartões de créditos. “Bancos e cartões de crédito hoje representam entre 28% e 29% das dívidas. E se analisar as dívidas financeiras, que também têm uma presença marcante no mercado de crédito, o valor chega a 46% das dívidas inadimplidas. Fora dos bancos, cerca de 54% das pessoas também ficam inadimplentes com contas de casa como água, luz e internet”. O especialista ainda explica que a procura pelo pagamento para sair da inadimplência é inferior a abril de 2023, porém o país ainda mantém um ritmo e quantidade de brasileiros suficientes para quitar as dívidas.

Inadimplência em Mato Grosso do Sul

A pesquisa de inadimplência de agosto do Serasa analisa que Mato Grosso do Sul registrou um crescimento no total de pessoas negativadas, alcançando a cifra de 1.098.442 inadimplentes no mês. Neste mesmo período, o número de dívidas também cresceu, somando um total de 4.298.753 de débitos

O valor médio da dívida entre os inadimplentes de Mato Grosso do Sul é de R$ 5.835,00. As obrigações financeiras estão majoritariamente concentradas em Bancos/Cartões, que correspondem a 30,24%, Seguidas por Instituições Financeiras com 16,93% e Serviços, com 15,33%. No mês anterior, essas mesmas categorias contabilizavam, respectivamente, 30,40%, 17,38% e 17,86%, indicando uma mudança significativa na distribuição das dívidas na população neste período.

Dados nacionais do Serasa Experian

Ainda em relação aos dados de abril, a pesquisa indica que durante a distribuição por setores, o grupo de “Bancos e Cartões” se destacou como o mais escolhido pelos brasileiros para quitar suas dívidas, alcançando 69,4%. O setor de “Utilities”, que abrange contas de água, gás e eletricidade, ocupou a segunda posição, com 64,1% das dívidas saldadas em até 60 dias após a data de vencimento em abril.

No que diz respeito aos montantes das dívidas, as que ultrapassam R$ 10 mil (71,6%) foram as que mais foram quitadas por consumidores em atraso, dentro de um prazo de até 60 dias após o vencimento que ocorreu em abril. Logo após, apareceram as dívidas na faixa de R$ 500 a R$ 1.000 (60,9%) e aquelas que são inferiores a R$ 500 (60,8%). Em última posição, encontraram-se as contas que variam entre R$ 2 mil e R$ 10 mil (57,3%) e entre R$ 1.000 e R$ 2 mil (56,8%).

Além disso, o estudo apontou que as dívidas com atraso de 30 dias tiveram o maior índice de quitação no período (76,8%), seguidas pelas dívidas com 60 dias de atraso (61,5%), 90 dias (42,1%) e 180 dias (34,5%). As dívidas vencidas há um ano (27,3%) e aquelas que ultrapassam esse tempo (16,0%) foram as menos priorizadas pelos consumidores em inadimplência.

O perfil dos endividados revela que 47,7% são mulheres e 52,3% são homens. A maioria se encontra nas seguintes faixas etárias: 26 a 40 anos (35,1%), 41 a 60 anos (35%) e acima de 60 anos (18%). Por outro lado, os jovens de até 25 anos correspondem a 12% do total.