Após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o Produto Interno Bruto (PIB) recuou 1,9% no segundo trimestre deste ano, analistas de mercado voltaram a prever uma deterioração na atividade econômica do país tanto em 2015 como em 2016.
Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, os analistas esperam uma queda no PIB de 2,26% - há uma semana, esta estimativa estava em 2,06%. Esta é a sétima vez seguida que o indicador é empurrado para baixo. Se for confirmado, será o pior resultado da economia brasileira desde 1990, quando retraiu 4,35%.
Para 2016, a projeção era de encolhimento de 0,40% ante 0,24% na última segunda-feira - há um mês, o mercado ainda apostava em crescimento de 0,2% no próximo ano. Este foi o quarto ajuste consecutivo para o campo negativo.
Apesar da piora no comportamento do PIB, o mercado voltou a diminuir a projeção da inflação para este ano, de 9,29% para 9,28%, conforme havia ocorrido também na semana passada. Mesmo assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ainda se mantém num patamar elevadíssimo, muito longe do centro da meta definido pelo governo, de 6,5%, e, se concretizado até o fim do ano, o maior desde 2003. Para 2016, no entanto, o mercado espera inflação maior do que a projetada na última segunda, de 5,50% para 5,51%.
Em relação à taxa básica de juros (a Selic), uma das principais ferramentas usadas pelo governo para conter a inflação, a previsão é que ela mantenha em 14,25% até o fim do ano, em linha com o último reajuste feito pelo Banco Central. Para 2016, o mercado aposta numa redução da Selic para a casa dos 12%.